Games e televisão nos tornam mais espertos, e não é surpreendente

[Post originalmente publicado no Working Class Anti-Hero e cedido ao TeleSéries]

No mês passado, fui o vencedor de uma promoção organizada pelo blog WarpZona e ganhei o livro “Surpreendente! A TV e o Videogame Nos Tornam Mais Inteligentes” (“Everything Bad Is Good For You: How Today’s Popular Culture is Actually Making Us Smarter”), de Steven Berlin Johnson. Apesar do título pouquíssimo inspirado da edição brasileira, a leitura é bem interessante.

O autor traça uma série de teorias bem interessantes sobre os assuntos em questão, comparando séries como Starsky & Hutch: Justiça em Dobro, Hill Street Blues, Plantão Médico e Família Soprano — em ordem progressiva de complexidade — e como os jogos se tornam envolventes mesmo se seus objetivos básicos soem extremamente simplistas… tipo, não dá para resumir uma seqüência de The Legend of Zelda a um simples “ache um objeto, explore um calabouço, use-o para derrotar o chefão da vez”.

Particularmente, tenho a impressão que vivemos em uma era cultural muito interessante: o esmero, grandiosidade (e por que não “pretensão”?) de certas obras contemporâneas — como Lost, por exemplo — oferecem muito mais do que os esperados 40 minutos de entretenimento por episódio. Assim como nos jogos — Metal Gear Solid vem à mente — há um grande e consistente universo para quem se dispuser a acompanhá-lo, interpretá-lo e entendê-lo. E mesmo outras obras isoladas no mundo dos games, como Killer7 e BioShock, oferecem tramas densas e provocantes o suficiente para garantir uma sobrevida monstra em se tratando de bate-papos e teorias pelos fãs.

Isto porque nem cheguei a comentar as ações virais de publicidade, como a campanha I Love Bees para Halo 2, o site institucional da Dharma Initiative e os contatos da Primatech Paper… só é uma pena que nem todos estes sejam fáceis de acompanhar por morarmos no Brasil, mas paciência. Nada que desmereça este trabalho de tornar as obras maiores do que elas aparentemente se propuseram a ser. É uma boa época para quem gosta de botar a cabeça para funcionar enquanto se diverte.