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Jigu

o blog de jogos de Pedro Giglio

28/08/2008 | Jigu

Demakes: a nostalgia retroativa dos games

[Post originalmente publicado no Working Class Anti-Hero]

De uns tempos para cá, várias desenvolvedoras de jogos têm reafirmado sua veia “oldschool” ao homenagearem clássicos dos videogames, seja com novas franquias (como o minimalismo vetorizado de Geometry Wars: Retro Evolved 2 e a iconografia estilo 8-bit dos menus e itens de No More Heroes) ou com seus clássicos (a Capcom e seu fantástico remake Bionic Commando Rearmed, e a inusitada seqüência Mega Man 9, que apesar de recente usa e abusa do visual da era NES, com direito aos bugs e limitações da época… opcionais, mas mesmo assim estão lá).

Hoje mesmo pipocou uma entrevista do Tomonobu Itagaki, ex-funcionário da Tecmo e produtor de Ninja Gaiden e Dead or Alive, que em meio à sua atividade favorita que não envolve jogos — isto é, tomar uns gorós — falou que “fazer jogos para o Nintendinho é mais difícil do que para o PlayStation 3”. Particularmente, acho que é galhofa da parte dele, já que em toda e qualquer geração os criadores de jogos têm que levar as limitações de cada console na hora de criar seus jogos. Ou você acha que um Gears of War sairia para Atari 2600?

Metal Gear Solid 4 (NES Demake)

Curiosamente, uma galera online tem feito algumas imagens que divertem profundamente, os “demakes” de jogos. A premissa é: e se tal jogo atual fosse lançado para um sistema mais antigo? Halo para Game Boy? Metal Gear Solid 4 para NES? Pois é, esta brincadeira rendeu um bocado de imagens estáticas — e tem gente chorando que queria vê-los em forma de jogo mesmo! — e vale dar uma conferida e tentar reconhecer que joguinho é aquele.

Mockup Frenzy #3 @ Way of the Pixel

Bootleg Demakes @ TIGForums

E aí, qual destes vocês gostariam de ver refeitos de uma forma mais simples? Acho que BioShock ficaria maneiro.

BioShock (Game Boy Demake)

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21/08/2008 | Jigu

Geometry Wars 2 fez de mim um monstro

[Post originalmente publicado no Working Class Anti-Hero]

Na época em que começaram a confirmar os preços dos consoles da geração atual, o elevado valor do PlayStation 3 fez com que a Microsoft comentasse que “com o dinheiro de um PS3, o jogador pode comprar um 360 e um Wii e ter o melhor de dois mundos” ou algo do gênero. Isto rendeu um sem-fim de piadinhas e o infame trocadilho “Wii60” (que em Inglês rima, né?), uma avalanche de montagens em PhotoShop, zoações de todos os lados presentes nesta batalha — sinceramente, quem ganha são os jogadores, e eu naturalmente me incluo nisso.

Desde esta época, pesando os jogos exclusivos a cada sistema e seus respectivos preços, eu pensei em aderir à onda Wii60. Comecei comprando o Wii em seu lançamento…. e agora, anos depois, finalmente estou com o 360 em casa. Calhou de sair junto com uma batelada de jogos que eu queria, como Too Human (que anda dividindo opiniões da imprensa depois de uma enorme novela envolvendo a troca do engine usado no jogo, as promessas grandiloquentes do presidente da produtora Silicon Knights, e todo o hype que é absolutamente impossível de ser cumprido devido ao jogo estar em conceito desde 1998). Sei que enquanto a edição brasileira de Too Human não sai, estou me divertindo com Grand Theft Auto IV e Soulcalibur IV

Geometry Wars 2

No entanto, há uma história sombria sob esta superfície de diversão gamer: Geometry Wars: Retro Evolved 2, seqüência ao game que já recomendei por aqui faz tempo, também saiu. E com o esquema de tabela de recordes da Xbox Live, eu estou num frenesi desgraçado — porém amigável — de ultrapassar os recordes dos meus amigos. Chego em casa, vejo a lista e penso “aê, ninguém me passou” — ou mais usualmente “DESGRAÇADO! ME PASSOU!” e tento jogar para ultrapassá-lo. Todo santo dia.

Eu nunca me achei um cara competitivo — estou nessa pela diversão! — mas cara, que vício dos infernos. O que eu faço? Quem tiver um Xbox 360 e quiser fazer parte da loucura, é só me adicionar na Live:

Como é de se esperar, o Gamercard também vai ficar aqui no layout da página e na minha página de contatos de jogos. GAME ON!

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16/08/2008 | Jigu

Games são para crianças, inclusive as que já cresceram

[Post originalmente publicado no Working Class Anti-Hero]

Aproveitando o embalo do post anterior, eu estava pensando comigo mesmo sobre certas coisas relacionadas a videogames. Desde sempre eu fui um grande fã… meu primeiro jogo foi Donkey Kong, que veio junto com meu Coleco Gemini (um dos clones do Atari 2600). A impressão geral foi, por muito tempo, que se tratava de um passatempo direcionado apenas às crianças.

Vamos partir do princípio que os jogos para computador mesmo já tinham temáticas que não direcionadas aos mais novinhos — talvez pelo fato do computador ser, originalmente, uma ferramenta puramente de trabalho e estudo. Mesmo assim, foi neles que apareceram jogos como Prince of Persia (que já apresentava sanguinolência e violência gráfica uns bons 9 anos antes do polêmico Grand Theft Auto), SimCity (de grande apelo entre os gamers mais velhos — houve até uma ocasião em que dois candidatos a prefeito nos EUA viraram a noite jogando para ver quem se saía com a melhor pontuação!) e Flight Simulator (até hoje usado por pilotos profissionais!).

À medida que os sistemas foram ficando mais refinados na parte audiovisual, a atenção do público foi aumentando… e a dos criadores de jogos também. A percepção pública dos videogames foi mudando, principalmente a partir do momento em que jogos com temáticas mais violentas e explícitas foram aparecendo. Tenho certeza de que uma classificação etária para software é necessária (Mortal Kombat e Carmageddon mandam um ” oi” ). Curiosamente, ainda há quem fique naquela ondinha de negação e auto-afirmação adolescente (“eu só gosto de jogo de tiro e guerra, Mario e Sonic é pra criança”), mas tendo a acreditar que isso perca a força ao longo do tempo — sumir por completo não, porque o comportamento “não sou criança, já sou crescido” é parte da natureza humana.

É capaz disto seguir neste rumo por várias razões: as gerações que cresceram com os videogames já são adultas, e muitos destes continuam jogando… e considerando que muitos já têm (ou estão começando a ter filhos), há o prolongamento da tradição — e os pais mais responsáveis não vão deixar um filho de 6 anos jogar Resident Evil, como foi o caso de uma troca que fiz na era GameCube… o pai comprou o jogo pro garoto e ambos chegaram à conclusão que aquilo não era para eles no momento.

Outro fator que pesa nisso é o público expandido, que viu no Wii, DS, Guitar Hero e Dance Dance Revolution que, sim, existe uma experiência divertida e acessível… e abrindo portas aos outros jogadores. Particularmente, eu acho que todo mundo é um gamer em potencial, só faltando encontrar qual o jogo que o conquistará.

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06/08/2008 | Jigu

Braid: O tempo é uma ilusão

Braid (XBLA

[Originalmente publicado no site FinalBoss]

Uma das discussões intermináveis que vemos na indústria e imprensa dos jogos eletrônicos revolve em torno da manjadíssima pergunta ”games são arte?”. Papo vai, papo vem, e a coisa acaba se dividindo em facções diferentes: aqueles que acham que qualquer tipo de jogo é arte – afinal, reúne imagem, música, movimento etc… – e outros que acreditam que somente aqueles títulos que ultrapassam a barreira do entretenimento puro, evocando emoções (seja de simpatia ou repúdio) e fazendo pensar merecem tal definição… assim como acontece com qualquer obra de arte: para uns, a fotografia A Fonte de Marcel Duchamp – um mictório! – tem tanto valor quanto a Mona Lisa de Leonardo da Vinci – para outros, isto é absolutamente impensável. O negócio é que qualificar qualquer coisa como arte é algo muito, muito subjetivo; posto isto, de vez em quando aparecem certas obras que acabam causando uma impressão tão chocante — e inesperada! — que não dá para imaginar outra definição que não ”isto é arte”. Braid, criado por Jonathan Blow e seu estúdio Number None para a Xbox Live Arcade, é um destes casos.

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Konami Easter Egg by Adrian3.com