The Unfair Platformer: relaxe – poderia ser bem pior!
[post originalmente publicado no Kenner Blog]
À medida que o fim do mês se aproxima, você sabe que o dinheiro está acabando, a próxima leva de contas de casa está pra chegar, e bate aquele desânimo. Se o salário ainda não tem previsão de cair, então, putz… é a maior tensão no ar! Ainda mais perto do fim do ano, com Natal e tudo mais. Multiplique isso por um zilhão se você está sem emprego!
Mas como a Polyanna dos livros, sabe como é: precisamos ver o que há de bom nisso tudo. Se é verdade ou não, são outros quinhentos. Mas não seja ingrato, e pense que poderia ser muito pior. Quer uma prova disso? Imagine-se na posição da heroína de The Unfair Platformer.
Na boa: o povo da Eggy’s Games não deve ter mãe (sei lá, nasceram por meiose ou geração espontânea), deve ter levado vários “cuecões” na época do colégio, porque só assim para criar um jogo de plataforma tão injustamente difícil e engraçado. Repare nas cores da roupa da menina: verde e amarelo. Seja como ela e não desista nunca!
(ah, sim, a música soa familiar por uma razão: é a mesma de um jogo do Sonic)
por Pedro Giglio
– se a vida fosse um videogame, que fosse para ter “autosave” e “continue”
Jogos baratos para videogame não são um mito
[Post originalmente publicado no Working Class Anti-Hero]
Enquanto eu trabalho daqui de casa, vez por outra pipoca o chat coletivo com os usuários do FinalBoss no MSN. Uma das piadinhas recorrentes quando o assunto é “como comprar jogos originais a um preço decente?” – em oposição a “como comprar jogos originais a preços que não sejam caríssimos?” – é a minha listinha de lojas de confiança na gringa. Já zoei os caras, falando que ia preparar um macro para postar a listinha sempre que perguntassem… Talvez agora eu os indique para este post aqui!
Particularmente, minha favorita é a canadense VideoGamesPlus, que já recomendei antes. A postagem é barata, quase nunca tributam – mesmo porque eles costumam postar a partir de pessoa física – e os preços são condizentes com o mercado. Outras opções bacanas são a eStarland e a CDUniverse (é, eles não vendem só música e filmes), mas no caso destas é possível que caia nas graças da tributação aqui, pois as encomendas vêm no nome das lojas… aí já viu: buscar no correio e pagar o valor escolhido pela alfândega para poder retirar sua encomenda.
Também ouço falar muito bem da britânica ShopTo e da asiática HK Offer House; a primeira é em libras, mas se considerarmos que jogos de sistemas como o PlayStation 3, Nintendo DS e PSP não têm bloqueio de região – isto é, jogos comprados em qualquer lugar poderão rodar em qualquer console ou portátil, não importa a região onde foi comprado – eles costumam ter ofertas beeeeem bacanas. Ainda sobre benefícios do region-free, a Play-Asia é outra que costuma realizar boas ofertas – e no caso do Xbox 360, alguns jogos têm todo o conteúdo do ocidente (incluindo os idiomas, né?), há uma tabelinha indicando em que versões do console o jogo roda – e vez por outra a preços ainda mais em conta.
Outra jogada legal é cair dentro dos usados, ainda mais quando vêm em bom estado de conservação… que é o que costumo fazer quando compro na SecondSpin. Não contente em vir relativamente rápido, dificilmente tributam, e ainda por cima eles costumam realizar promoções ocasionais por e-mail e no Twitter. Postagem grátis a partir de certo valor, descontos na quantidade, esse tipo de coisa.
E para fechar a tampa das dicas, o Gamecards 24 x 7 se revelou uma grata surpresa em se tratando de comprar cartões de pontos para os consoles. O preço é bom (pelo menos para o que podemos fazer sem suporte oficial da Xbox Live ou PlayStation Network até agora), e a entrega é imediata no site após o registro.
Portanto, vamos parar com a desculpinha “os jogos estão caros”. É tudo questão de saber onde (e como) comprar. Não tem cartão internacional? De repente você tem um amigo que tenha, e se ele também tiver videogames, passe a bola. Só é bom lembrar de não pedir caixas muito grandes, pois chamam a atenção da galera que tributa… aí, amigos, boa sorte.
[Em um comentário no post original, o leitor Intentor confirmou que a eStarland também envia encomendas como pessoa física a pedido do cliente, assim reduzindo a chance de tributação – além de vir tudo em uma embalagem discreta. Valeu a dica, Intentor!]
Don’t Look Back: O que a gente não faz por amor?
[post originalmente publicado no Kenner Blog]
A mitologia grega é um tema bastante de utilizado nos videogames (não só neles, mas beleza). Dá pra perder a conta de quantos jogos já se inspiraram, direta ou indiretamente, neste rico universo. Indo da pureza de um Kid Icarus à truculência da série God of War, do clima tenso de Rise of the Argonauts à aventura escaldante de NyxQuest, qualquer pessoa que curta um bocado do grupo dos elaborados heróis do Olimpo tinha boas escolhas na hora de jogar.
Outro dia, um amigo meu me repassou um link para Don’t Look Back, joguinho de autoria de Terry Cavanaugh que me pegou de surpresa: com um visual pra lá de simples – bonequinhos quadradões e pixelados, tiros que não passavam de tracinhos, e econômico que só nas cores – o que este jogo tem de minimalista, tem de desafiador. Mesmo sendo uma experiência curta, dá pra entender direitinho o que acontece (mesmo com os gráficos simplórios), e a dica para quem passar do meio do jogo está em seu nome: “não olhe para trás”
Para quem jogou inteiro e / ou não conhece a história de origem – ou não se importa se eu estragar o final dela – veja o texto logo abaixo da imagem… [N.E.: isto é, daqui pra frente pode ser spoiler]
Pois é, o lance de “não olhar para trás” vem do mito grego de Orfeu, que desce ao submundo para resgatar sua amada Eurídice. Ao conseguir encontrá-la, ele aceita a proposta de levá-la de volta ao mundo dos vivos… mas Hades e Perséfone o deram uma condição: que ele caminhasse à frente dela e não se virasse para trás para observá-la, senão ela desapareceria de uma vez por todas.
A maneira como este mito se desenrola está aberto à discussão, mas a ideia básica era essa… até onde o herói iria para reaver sua amada.
por Pedro Giglio
– perdeu a conta de quantas vezes viu a pobre Eurídice desaparecer
Pedro e o Chip: Cara, cadê meu chip?
[post originalmente publicado no Kenner Blog]
A esta altura do campeonato, muita gente deve saber o que é um meme de Internet – outras podem até não saber pelo nome, mas certamente já foram expostas a algum destes. Pode ser a gaga de Ilhéus, a Ruth Lemos e seu sanduíche com eco, ou até mesmo o infame trote do Pareto, que vem de muito antes da net. O termo “meme” é emprestado do livro O Gene Egoísta, de Richard Dawkins, e significa um pedaço de informação passado de pessoa para pessoa – como os genes na genética. Na Internet, a coisa é meio assim mesmo: você recebeu de um amigo, que por sua vez recebeu de outro, e por aí vai.
Um dos memes brasileiros mais recentes foi o caso do Pedro e o chip, que rolou no YouTube. O morador de um prédio usou uma câmera para filmar a tentativa desesperada desta moça em reaver um chip de celular – e o que estaria nele? Números de telefone? Fotos comprometedoras?… não contente em se esgoelar madrugada adentro, ela ainda foi zoada pelo cinegrafista amador, perdendo totalmente a esportiva e ganhando fama na Internet, mesmo sendo uma voz (alta pra caramba, inclusive) sem rosto.
E como toda boa piada que foge do controle, várias “homenagens” a este caso foram feitas na Internet, indo de montagens de funk com a gravação das frases da pobre coitada… e é claro que, em algum momento, alguém faria um jogo em Flash baseado nisso. Será que desta vez ela consegue o tão cobiçado chip, ou vai continuar gritando até perder a voz?
por Pedro Giglio
– informalmente, “schadenfreude” = “pimenta no dos outros é refresco”
Daniel Benmergui: Experimentalismo pode ser bom
[post originalmente publicado no Kenner Blog]
De uns tempos pra cá, ter um videogame em casa virou algo bem comum – mas tem uma coisa na qual pouca gente se liga: nem sempre os criadores dos jogos que você vê nas prateleiras das lojas têm a chance de criar algo absolutamente inovador. Claro que boa parte deles tenta garantir aquele diferencial que vai fazer o cliente comprar seu produto, e não o do vizinho… mas seja pela pressão do mercado em criar coisas parecidas com as que fazem sucesso, às vezes fica difícil deixar a mente viajar demais.
Felizmente, os jogos por download estão aí pra isso: enquanto alguns são variações de temas conhecidos, existem algumas produções na web – e outras por download, oferecidas de graça ou a um precinho bem mais camarada – que fazem o que os peixes grandes da indústria dificilmente têm a possibilidade de fazer. Um destes game designers é Daniel Benmergui, que libera suas criações na Internet – e que enquanto não parecem muito pretensiosos, têm ideias bem interessantes.
O primeiro jogo dele que conheci foi I Wish I Were the Moon, onde apontar com o mouse e marcar um botão cria uma fotografia. O que estiver na foto pode ser trocado de lugar na tela, criando até oito finais diferentes para esta curioso triângulo amoroso entre um rapaz, uma moça e a lua. Tente tirar uma foto do carinha na lua e mova-o pra canoa para ver um deles. Veja se consegue descobrir os outros sete!
O outro jogo dele que é um dos meus favoritos do ano é Today I Die, onde o jogador modifica os elementos do cenário ao trocar as palavras marcadas em um poema. Bacana que o jogo tenha sido traduzido e adaptado para vários idiomas, inclusive o bom e velho Português. Lembre-se que vale interagir tanto com o herói quanto com os inimigos e elementos do cenário. Não é o tipo de jogo que se vê com frequência, né?
Enfim, vale dar uma vasculhada no site do Daniel, que tem mais conceitos bacanas, como StoryTeller – historinha customizável em três atos envolvendo dois rapazes e uma moça num reino medieval de fantasia – e Night Raveler and the Heartbroken Uruguayans, que envolve ligações humanas e suas consequências.
por Pedro Giglio
– mesmo sendo fã dos clássicos, curte pensar fora da caixa