Então você passou anos sonhando com o dia em que World of Warcraft, o RPG online mais popular do planeta, chegaria oficialmente ao Brasil varonil? Pois esta longa espera acabou no dia 6 de dezembro de 2011, com o lançamento oficial do MMORPG da Blizzard e suas expansões (The Burning Crusade, Wrath of the Lich King e Cataclysm) totalmente localizadas ao português do nosso país. (…) Mas aí é aquilo: tem muita gente daqui que já jogava faz um tempão e você não quer ficar de fora da festa – e muito menos fazer feio frente aos veteranos, quiçá aos novatos.
Surpresa! Taí o primeiro de uma série de matérias que estou preparando para o Arena iG: Guia de Sobrevivência, oferecendo dicas e sugestões para alguns jogos de sucesso – algumas delas com declarações de especialistas no assunto. E como vocês podem ver acima, a estreia é com World of Warcraft, recém-lançado no Brasil.
[Atualização] Clique abaixo para ler a íntegra do que foi publicado no Arena na época!
Guia de Sobrevivência: World of Warcraft
Então você passou anos sonhando com o dia em que World of Warcraft , o RPG online mais popular do planeta, chegaria oficialmente ao Brasil varonil? Pois esta longa espera acabou no dia 6 de dezembro de 2011, com o lançamento oficial do MMORPG da Blizzard e suas expansões ( The Burning Crusade , Wrath of the Lich King e Cataclysm) totalmente localizadas ao português do nosso país.
Mas aí é aquilo: tem muita gente daqui que já jogava faz um tempão e você não quer ficar de fora da festa – e muito menos fazer feio frente aos veteranos, quiçá aos novatos.
Não seja por isso, o Arena foi falar com quem entende do traçado. Morador de Recife, Carlos Augusto Cavalcanti Santos – também conhecido como Guto ou Talendar , líder da guilda com ar de comunidade DotA AR BR Banlist ON . Com 29 anos, Guto joga WoW há quase sete e após a transferência de servidores agora pode ser encontrado no recém lançado Azralon.
Sumário | Entenda as expressões mais utilizadas em World of Warcraft |
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BG | Sigla para Battlegrounds, áreas isoladas de World of Warcraft e dedicadas ao combate entre jogadores (PvP) |
Buff/Debuff | Alteração nas propriedades de personagem que os dão uma vantagem temporária. O buff melhora alguma habilidade, enquanto o debuff é uma alteração negativa |
Crit | Vem de “crítico”, é um golpe que causa mais dano do que o normal |
DPS | A sigla vem de dano por segundo, mas também é usada para definir o papel de jogadores cujo único papel é bater e provocar dano |
Haste | “Pressa”, em inglês; é um atributo que reduz o intervalo entre ações |
Healer | Jogador dedicado a curar e aplicar magias que provocam melhorias em seus colegas |
HP | Hit points , ou pontos de vida; é a energia vital do personagem |
Macro | União de comandos que são realizadas em uma sequência específica ao apertar apenas uma tecla de atalho |
PvE | Player vs. Environment ou Jogador vs Ambiente – enfrentar as criaturas do mundo de jogo |
PvP | Player vs. Player; jogadores se enfrentando diretamente em combate |
Raid | Investida realizada por um enorme grupo de jogadores, ou vários grupos menores. Normalmente disponíveis em níveis mais altos de personagem, são desafios mais elevados e repletos de recompensas |
Tank | O verdadeiro “boi de piranha” – e que papel nobre ele têm: enquanto ele distrai os inimigos principais (e é curado, claro) tomando dano, os demais companheiros de batalha estão livres para detonar os rivais |
Upar | Ah, mas essa é fácil: vem de “up”, significando o ganho de experiência e níveis |
Por onde devo começar?
Agora que já sabemos o significado de algumas das palavras que irão se repetir durante o texto, vamos aos ensinamentos. “WoW não é bem um game que tenha uma raça específica para o jogador iniciante, intermediário e expert. Todas têm o potencial para serem desafiadoras e recompensadoras”, diz o nosso especialista.
“É fácil jogar num nível ‘bom’, o difícil é jogar de maneira ‘excepcional’. Você tem de identificar os dois focos do jogo, o PvE e o PvP, e daí buscar dentre as classes e funções a que mais te divirta e que ofereça mais afinidade para jogar. Normalmente é assim que surgem os grandes players, motivados sempre em melhorar, tirando mais do próprio rendimento”.
Pesquisar a fundo as possibilidades que cada raça do jogo – algumas restritas a cada lado do embate, Aliança e Horda – já é um bom começo, já que a combinação de espécies, classes de personagem e o papel que quer assumir no campo de batalha variam bastante. “Indico Tauren para os tanks (dá mais HP), Worgen ou Troll para magos (bônus de crit passivo e haste ativo), Orcs para bruxo e guerreiro DPS (modificador de attack e spell power usados em momentos específicos de kills), Renegado e Humano para PvP em geral (imunidade / remoção de debuffs do PvP), e assim vai”.
“O melhor é se informar em detalhes sobre o debate da teoria (chamamos de theorycraft) de cada papel/classe dentro do ambiente PvP e PvE que pretende jogar”.
“Eu diria para evitar ser tank ou healer num momento inicial”, afirma Guto. “São funções de responsabilidade e, em geral, o grupo vai depender mais de você nesses papéis. Todas as classes têm a possibilidade de desempenhar o papel do DPS (damage per second, referência para a função de quem dá dano contínuo no jogo). Melhor ainda seria jogar com uma classe híbrida (que possui mais de uma opção de papel), daí a pessoa pode experimentar outros aspectos do game a medida que for se sentindo segura para desempenhar outras funções. Isso vai evitar que ela tenha de upar tudo de novo só para poder alternar entre tank, heal e dps, por exemplo. Depois que tiver uma boa noção de todas as outras classes a partir das comparações com sua própria, ela pode se especializar em alguma, upando um novo personagem para aquele propósito específico”.
Quem é seu alter ego?
Aí, beleza: você compra o jogo, instala e vê um monte de raças de personagem, duas facções, classes para escolher e não sabe por onde começar. No fim das contas, todas as opções são boas e você deve achar qual se encaixa melhor ao seu estilo de jogo. Entretanto, há um elemento a mais que vale a pena se aprofundar antes de sair por aí explorando o mundo criado pela Blizzard: qual papel você quer realizar no campo de batalha, com nomes tão esotéricos quanto “tank”, “healer” e “DPS”. Como é que é? Calma, a gente explica
DPS: Este aqui fica ocupado causando dano nos inimigos e não muito além disso. Segundo Guto, o ideal é “aproveitar o máximo que pode ficar batendo no boss ou em outros players. O jogador deve aproveitar cada milésimo de segundo que tem disponível para usar suas skills. É necessário entender e dominar a rotação de prioridade de skills da classe, mas também ser inteligente. Às vezes existem skills melhores em ocasiões específicas que não seriam a escolha mais comum. Outro detalhe, é ficar atento ao ambiente. ’DPS morto não bate’, ou seja, não adianta ter “tunnel vision” (focar em apenas um único inimigo), sem enxergar o que acontece ao redor, esperando que os healers te salvem”.
Healer: Enquanto alguns saem no braço, outros ficam pagando de médico da galera, curando os companheiros e aplicando melhorias mágicas à distância. Com tanta coisa a ser feita no calor da batalha, organizar suas magias e habilidades é importantíssimo na hora de um raid. Nosso especialista diz: “Você precisa ‘jogar para os outros’ na maioria do tempo. Uma coisa bem simples, mas que é quase fundamental, é fazer uma macro de ‘mouseover’, que vai tornar mais rápida a resposta e eficiência com que você vai healar muitos alvos. Para isso, é só criar uma macro com a linha /cast “[@mouseover, exists] [help] SPELL”, onde SPELL se refere ao nome da skill no jogo (por exemplo, Holy Light).”
Tank: Este aqui é mais ou menos como aquele cara do colégio em quem colaram um papel nas costas – obviamente, escrito “me chute”. Só que este é um papel nobilíssimo por aqui. Segundo Guto, o Tank “é a engrenagem do grupo, que dá sentido à todos os outros papéis. Regra geral: quando você erra e morre, o grupo todo vai morrer. Se você demora a atacar, você atrasa todos. Não tem muito espaço pro tank ser relaxado; em geral, ele é o primeiro a entrar e o último a sair.” Por isso mesmo, a comunicação entre o Tank e seus colegas – sejam eles os DPS ou healers – é essencial para que esta ação coletiva não fique prejudicada. Lembram do Leeroy Jenkins ?
Cinco dicas para dominar Azeroth
Hora de estudar: “Uma parte significativa do rendimento no WoW vem da preparação”, diz Guto, que afirma que o “ theorycraft ” – a discussão sobre cada papel e classe dentro das modalidades de jogo – é uma mão na roda no hora de decidir como será seu personagem. “Algumas raças combinam melhor com certas classes/roles dentro do jogo, pois oferecem um ‘bônus da raça’ que se encaixa melhor com o papel que pretende desempenhar”.
Eu conheço um atalho!: A configuração de atalhos de teclado (os key binds ) pode facilitar sua vida. “Veja o que é melhor/mais confortável pra sua mão (pé ou até mesmo pra quem rola a cabeça no teclado) em função da skill e também se você consegue associar aquela key a isso (se é uma skill de spam, de emergência, de proc etc)”, sugere Guto. “Às vezes são coisas super simples, por exemplo, para quem jogou DOTA , colocar um Thunder Clap de Guerreiro na tecla C. Usar o 2 (que é quase em cima do W) para skill spam. Adicionar strafe no A e D e liberar o Q e E para skills instant. Botar o zoom in/out no Shift + Mouse Weel, liberando assim Mouse wheel up/down para interrupts e skills defensivas”.
Treine, pequeno gafanhoto: Insistência e os target dummys (alvos para treino) nunca são demais: “Vá lá bater neles até achar que atingiu a perfeição ou testou tudo o que você obteve de informação. Se for tank/healer, saia da receita de bolo de só tankar e healar com sua raid e vá praticar com grupos diferentes. Se for PvP, vá duelar na frente de Orgrimmar e Stormwind ou fazer battlegrounds até cansar”.
Equipamento adequado: Além da estabilidade de um computador capaz de rodar o jogo bem e uma conexão confiável, ainda há mais um detalhe para considerar: a inclusão dos AddOns , que habilitam mudanças na interface do jogo que podem quebrar aquele galho. “Em geral a raid de 25 pessoas é a situação mais exigente dentro do jogo nesse aspecto”, diz Guto. “À medida que for avançando no game, mais o jogador vai ser cobrado pelos outros e, consequentemente, mais vai adquirir um senso disso, buscando melhores resultados. Configure bem as coisas; não adianta ter todos os AddOns do jogo, use o que precisa e o que te faz ser melhor naquilo que você busca”.
Pela Horda! (ou Pela Aliança): Você pode até jogar sozinho, mas é inegável que o título renda mais ao pensar no coletivo. “Escolha bem o seu grupo, mas ao mesmo tempo entregue algo em troca, desenvolva os outros por sua presença. Mude de cabeça da conquista individual para a do grupo. Comunicação, falar bastante, dar detalhes sobre o que precisar, debater rendimento etc… Tudo isso é imprescindível. E é neste ponto que você irá notar os maiores avanços, resultados e recompensas dentro do jogo”.
Jigu, mandou bem como sempre!
A matéria pro Arena IG ficou FERA! Você manda bem demais!
Demais que você tenha curtido, Rafa! 🙂