Uma pergunta recorrente dos leitores dos sites de videogame é se os resenhista são obrigados a zerarem todos os jogos que analisam. Infelizmente, a resposta é “depende”, e por uma série de fatores – e não, nem sempre é o caso do jogo ser enorme, como um Final Fantasy ou Fallout da vida. A falta de tempo hábil tem origem, pois jornalista de games no Brasil sofre um pouco com o atual estado deste mercado: se as cargas tributárias para os jogos eletrônicos não fossem tão exageradas, talvez esta indústria florescesse por aqui. Afinal de contas, as vantagens não se resumiriam à queda dos preços de consoles, jogos e acessórios…
Se isto melhorasse, poderia se resolver a indisponibilidade de consoles para testes (os kits de debug, que permitem rodar os programas antes de seu estado finalizado; as produtoras têm como enviá-los para testes e prévias) para os veículos de imprensa; além disto, nossa situação atual também impede que desfrutemos de soluções como a PartnerNet, rede alternativa para os kits de debug do Xbox que só atende aos desenvolvedores e jornalistas, que permitiram ver certas produções em primeira mão.
Enfim, estes são apenas dois obstáculos que atrapalham e muito o processo de análise de jogos para consoles; para computador, a coisa é um tanto melhor, dependendo do contato de cada profissional ou empresa com os estúdios que fazem os jogos (e a política interna de cada um). Enquanto nos países onde esta indústria está estabelecida este tipo de situação, na terra brasilis estamos, na maioria do tempo, sujeitos à espera pelos jogos no mercado exterior, o correio, e por aí vai.
É aquilo… o amor à camisa continua, mas sonhar com um futuro onde esta indústria seja levada a sério no país não custa nada. Agora vou ali inspirar e expirar em um saco de papel e já volto.
Passando o controle: Esperança, ceticismo, indiferença… qual a sua opinião sobre os esforços por parte das fabricantes de consoles para entrar no Brasil?
Se as grandes desenvolvedoras têm dados concretos baseado em pesquisas que justifiquem a sua não presença no Brasil, tudo bem. Eu aceito eles não quererem investir em um país que não trará lucro o suficiente para tal investida.
Caso contrário, se ainda se baseiam no cenário antigo, de um país de terceiro mundo, com alta taxa de falsificação entre outros fatores para usar de desculpa para não investirem no nosso mercado, eles estão sendo, no mínimo ignorantes.
O Brasil mudou muito e vejo, por experiência própria, que não é mais um “big deal” investir 170 reais em um jogo bem desenvolvido, divertido e que tenha um custo benefício. Antigamente era um absurdo investir em um jogo original mas hoje não é.
Claro que existe dois universos bem distintos aqui, uma coisa é PS3 sem jogos falsificados, outra é Xbox e Wii desbloqueados vendendo que nem água nos camelôs Brasil a fora. Isso assusta qualquer mega empresa. Mas a entrada dessas no mercado pode acabar com isso. Aumentando a fiscalização, dando aos usuários um suporte melhor, demonstrando as infinitas vantagens de possuir um produto legalizado (jogar on-line, downloads, etc).
Enfim, para a Sony é muito mais simples, afinal eles tem um produto bloqueado que garante a comercialização, até mesmo nos camelôs, de jogos originais. Para o Xbox fica mais difícil, mas caso Sony entrar eles podem abrir os olhos para o retorno que eles possam estar tendo e decidir por investir.
No Brasil existe muito potencial, e as empresas podem ver isso baseando-se em outros produtos, TVs de LCD e LED vendendo muito, blu-rays e notebooks também. A cultura dos videogame sempre existiu por aqui, hoje com menos barreiras e muito mais dinheiro. A consciência de muitos mudou, vejo pessoas que pagam com orgulho por um jogo que lhe traz o retorno esperado. Ou seja, somos um mercado pronto para investir naquelas marcas e empresas que fazem por merecer, valorizando o seu cliente e, o mais importante, entretendo-o da melhor forma possível.
É isso, parabéns pelo blog..
Levi, pois é. Não contente com todo o lance das taxas abusivas, parece que os incentivos fiscais do Brasil para as fabricantes de consoles não são dos mais convidativos. Isto também dificulta o lance da prensagem dos jogos em DVD / Blu-ray por aqui – afinal, por que fariam isso, se a rigor não comercializam oficialmente o sistema no país? Isso tem chance de ir mudando com as manobras das empresas (principalmente Sony e Microsoft — já a Nintendo está devendo um bocado nesse quesito).
Felizmente, esta geração tem as atualizações de firmware unida às novas e interessantes funcionalidades de sistema (New Xbox Experience, a leitura de jogos do Virtual Console e WiiWare do cartão SD, etc…), e de certa forma é um dos elementos que têm mostrado por A+B que piratear nem é bom negócio. Mas ainda antes disso, o aumento do poder aquisitivo e a melhor informação sobre como comprar fora do país, não cedendo aos jogos de 150-200 reais, tem pesado nisso. Você vê a farra que o pessoal tem feito nas ShopTo / eStarland / VideoGamesPlus da vida!
E valeu pelos elogios, volte sempre! 🙂