Outro dia eu estava conversando com amigos no Facebook sobre o andamento da série Lost. O final, polarizante como poucos (afinal, a falta de algo mais mastigado ou que revisitasse todos os mistérios da série decepcionou uma boa parte dos espectadores), não foi tão importante quanto a jornada. Embora eu tenha curtido o final, tenho certeza que o caminho até lá foi mais interessante. É mais ou menos assim que me senti ao terminar Journey, o terceiro título da thatgamecompany para o PlayStation 3, pela primeira vez.
Este era um dos jogos que eu mais queria jogar em 2012, e pode ter certeza de que saí impressionado com a beleza da experiência como um todo. Sim, o visual é incrível e a trilha é assombrosa, mas isto é apenas uma pequena parte do que o torna tão especial. Confira um vídeo do jogo e as minhas impressões na sequência:
Embora seja em formato de videogame, com elementos de exploração e resolução de mistérios puramente por meio da curiosidade, não dá para não perceber Journey como uma metáfora da vida – como se o nome, “jornada”, já não fosse descritivo o suficiente. Sim, você imagina que exista um objetivo naquela montanha ao longe; no entanto, é necessário aprender como o mundo funciona e como lidar com o desconhecido (seja este outro peregrino ou um ambiente desconhecido) para chegar lá. Aliás, este esquema de esbarrar com um jogador desconhecido via internet – esqueça nomes e comunicação verbal – é uma dos lances mais intrigantes do jogo.
Não é todo dia em que eu me sinto realmente mal e chateado por deixar um outro jogador na mão por um deslize meu – e no fim da aventura, eu soube que tive três companheiros de viagem na minha partida original – e sei como notar isso na próxima vez. Porque, sim, jogarei de novo; lembra quando eu disse que a viagem era mais importante do que o final? Isto não quer dizer que eu não queira ver como serão os outros possíveis desfechos – já que, né, cheguei desacompanhado ao final e a aventura inteira pode ser realizada em menos de uma hora. Ainda assim, minha vontade é sugerir que seus jogadores o seguinte: passem bem longe de guias, FAQs, ou até mesmo dicas dos amigos de como passar de determinadas sequências. A graça da descoberta é um dos pontos mais forte de Journey.
Então é isso aí: em breve, sigo mais uma vez rumo ao desconhecido, ainda sem saber se chegarei ao seu final… sozinho ou não. Só há uma maneira de descobrir, certo?