“Aposto que você estaria bem mais [feliz / triste] se eu não estivesse na sua vida”, “quando é que vamos nos casar e ter filhos?” são frases que devem ser ditas por uns 956.213 casais no mundo neste exato momento. Além de achar que, na real, o que importa é o agora, é impossível dizer com precisão o que teria sido.
Ver estes dilemas e pressões da fase adulta retratados em um jogo como Catherine é refrescante. O thriller psicossexual da Atlus é um exemplo clássico de “cuidado com o que você deseja”. (pra não dizer que não avisei, spoilers leves da trama neste post, ok?)
Vá lá, o atormentado Vincent Brooks não parece certo do que quer da vida — casar com sua namorada (a exigente e séria Katherine McBride) ou ceder à tentação de uma gata espevitada (a jovem Catherine)? — mas o que realmente me intrigou no jogo não se resume à mistura insólita de quebra-cabeças, plataforma e simulador de namoro. As perguntas de caráter apresentadas no decorrer da aventura se revelam cada vez menos maniqueístas. A partir de certo ponto, nada é tão preto e branco, tão binário quanto “você mentiria se soubesse que não seria descoberto?”.
Bolas com efeito parecem procedimento padrão, não só na trama (que quase quebra recordes no quesito “ok, agora sim, vamos à fase final!”): a escalada das torres do pesadelo têm surpresas a cada nova fase. Quando você começa a lidar com um problema, um novo aparece. Assim é a vida, né? Fica claro que os criadores sabem muito bem desta metáfora (ao ponto de citá-la mais adiante), que por sua vez me lembra a de Tetris (“erros se acumulam até que sejam resolvidos” / “os êxitos somem, os fracassos continuam aparentes”… imaginado por mim, mas corroborado pelo inconsciente coletivo).
Metáforas doidas à parte, Catherine é uma viagem incrível. Desafiador ao extremo, cheio de brincadeiras metalinguísticas (a relação entre Rapunzel – o arcade da pizzaria frequentada pelo jogador -, a trama e o jogador propriamente dito é incrivelmente bem sacada)… e por que não dizer “sexy”?, mesmo que com doses cavalares de “perturbador” na receita? Bem, uma coisa é certa: me sinto um pouco melhor ao saber que o Vincent tem motivos maiores do que ser apenas um bucha indeciso (ou pelo menos é isso que vi ao ser “bonzinho” nas atitudes in-game) para não dispensar de vez a loirinha misteriosa. Mas… e se ele não tivesse dispensado?
É, acho que isso eu só vou saber ao certo quando rejogar a aventura para tentar obter os troféus de ouro de cada fase – e habilitar o modo Babel, claro – e ver os outros sete finais possíveis para a trama. É, terminei o jogo e já estou com saudades das Catarinas.
O review me deixou ainda com mais vontade desse jogo!
O problema é que ainda tem 2 na frente: LOTR War in the North que to jogando e me amarrando! E o Red Dead Undead Nightmare porque zerei recentemente o Redemption e quero jogar ele com tudo fresco na cabeça =p
Abraços Jigu!
obs: só agora percebi que teu feed n tava no meu Google Reader =S #FAIL
Cayo, vai que vale a pena! Estou aproveitando para liberar alguns jogos do limbo dos interminados, apesar deste ainda ser um tanto recente. E bom lembrar: Undead Nightmare tá na minha fila! 😀
abs!