Robot Unicorn Attack: Unicórios, arco-íris e sonhos
[post originalmente publicado no Kenner Blog]
Bom ver vocês de novo, galera! Após um longo e nada tenebroso inverno, estou de volta com as dicas de games na web no blog Kenner. E é até engraçado voltar com uma dica de um jogo que não é bem novo… mas na verdade, isso só mostra como ele é maneiro e precisa ser divulgado para a galera. Estou falando do clássico Robot Unicorn Attack, da Adult Swim.
Aí voce vê um pouco do jogo e pensa: “Unicórnios cromados com crina de arco-íris? E que precisam pegar fadinhas enquanto quebram estrelas com uma corridinha – e ainda por cima, deixando um rastro de sete cores no caminho? O que é isso, um fichário de uma colegial nos anos 80?”. É, é mais ou menos por aí.
O problema é que o jogo é incrivelmente viciante, e é daqueles fáceis de aprender: só tem botão de pulo e corrida, o resto é automático. Então se deixe levar pela infame trilha sonora – convenhamos, “Always” do Erasure só soma ao clima surreal da parada – e siga seus sonhos…
por Pedro Giglio
– … você VAI falhar!
Talentos brasileiros no exterior
O Brasil já teve uma boa cota de jogos totalmente produzidos aqui – indo de títulos para PC e console até joguinhos mais simples para celular e navegador – mas uma coisa é inegável: em comparação ao mercado exterior, ainda temos muito chão pela frente. Esperançosamente, não por muito tempo, porque talento local nós temos de sobra. Prova disto é termos profissionais brasileiros trabalhando em estúdios nos quatro cantos do planeta.
Leia a matéria na íntegra na Revista Digital de hoje!
Além disto, nesta semana a íntegra das conversas com os profissionais entrevistados para esta matéria serão publicadas diariamente no Arcadia.
Passando o controle: Qual a sua impressão do mercado de criação de games no Brasil no momento, e como você vê seu futuro?

Talentos.br: Pedro Toledo (BioWare)
[Post originalmente publicado no Arcadia, ligado à matéria “Talentos Brasileiros no Exterior” da Revista Digital]
ARCADIA: Há quanto tempo você trabalha no exterior?
TOLEDO: Comecei há trabalhar na BioWare em novembro de 2007… Já tem quase três anos.
Como foi feito o contato com a BioWare?
Eu vim a saber que eles estavam procurando gente na minha área através do portal de games Gamasutra. Fiz o primeiro contato por e-mail. Depois de vários e-mails, e avaliação do meu portfolio, vieram as entrevistas por telefone e, em seguida, a entrevista ao vivo, aqui no Texas.
Quais as vantagens e desvantagens de trabalhar no exterior?
A minha área de interesse, modelagem e texturização de personagens para games, ainda tem muito pouco espaço no Brasil. Portanto, eu diria que a primeira grande vantagem é o trabalho em si. Poder trabalhar como Character Artist, num estúdio de renome, em projetos incríveis, é uma realização. Além disso tem toda a maturidade da indústria daqui. A BioWare é uma empresa muito competente, líder no seu gênero de trabalho, o profissionalismo de todos é altíssimo.
O lado financeiro também é melhor. O mercado brasileiro remunera menos. Fora esses fatores diretamente relacionados ao trabalho em si tem também, claro, a experiência de morar fora. Conhecer novas terras, novos costumes. Melhorar o inglês e ampliar os horizontes. É bem divertido.
Em quais projetos você está envolvido no momento?
No momento eu trabalho no “Star Wars: The Old Republic”.
O que você acha do mercado brasileiro para o seu ramo?
O mercado brasileiro tem várias frentes que já se mostram viáveis para a nossa realidade. Aquilo que me interessa, no entanto, ainda é raro aí. Eu não tenho interesse em jogos para celulares, ou para web. O que curto mesmo é fazer parte de jogos AAA, aquelas produções enormes e com muita qualidade gráfica. Essa é uma área em que, no Brasil, ainda se tem poucas oportunidades. Há o outsourcing, claro. Eu mesmo, antes de vir para cá, trabalhava remotamente e participei de jogos como o “Guitar Hero” e “Rock Band”, que são dois títulos incríveis, mas eu queria ver como é trabalhar dentro de uma empresa dessas, e não à distância. Nesse caso depender do mercado nacional é mais complicado.
De qualquer forma, eu acho que novas oportunidades estão aparecendo. A ida da Ubi para o Brasil, com a compra da SouthLogic, mostra que eles querem investir em produção. A abertura do escritório da Blizzard e as traduções e adaptações de seus jogos para o nosso idioma também são um bom sinal. Isso mostra que o mundo já nos vê como uma opção viável.
A qualidade do artista nacional é inegável. No mercado mundial de computação gráfica nós, brasileiros, temos vários notáveis. Artistas tão bons que logo são contratados por grandes empresas de vários países. Se um dia as produções feitas no Brasil forem grandes o suficiente para segurar essa mão de obra talentosa, em território nacional, certamente a qualidade do trabalho será de nível internacional.
Lembrando ainda que, até recentemente, toda essa geração de artistas que foi para fora se educou, na área de computação gráfica, por conta própria, são auto-didatas. Agora, nos últimos anos, o Brasil viu o surgimento de várias escolas com bons cursos voltados à formação de artistas de CG. Alguns, como a Pós Graduação em Arte 3D para Jogos Digitais do CCAA, que ajudo a coordenar, têm como objetivo formar artistas voltados para o mercado mundial, e não apenas nacional.
Eu cruzo os dedos para que todos esses fatores sirvam para aumentar o nosso mercado nacional. Eu adoraria poder trabalhar, naquilo que gosto, em minha terra natal.