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Jigu

o blog de jogos de Pedro Giglio

17/02/2008 | Jigu

Audiosurf: Surfando as ondas sonoras

Audiosurf

[Post originalmente publicado no Working Class Anti-Hero]

No começo de fevereiro — quando eu estava com pouco tempo para mexer no blog — conheci um pequeno game independente que tinha uma idéia bastante interessante. Audiosurf combina jogo de corrida abstrato (gráficos geométricos e coloridos, no lugar de pistas de carro, veículos licenciados e tudo mais) com game musical e quebra-cabeças de uma maneira que praticamente dá fator replay infinito…

O jogo constrói as pistas, obstáculos e relevo de acordo com a música que você selecionar em seu CD, MP3 ou seja lá o que for. Isto é, se você coloca uma música rápida, o trajeto será mais íngreme; uma música lenta tende a mostrar sua nave subindo uma ladeira; uma virada de bateria forma um túnel, e por aí vai. E se você considera que cada música existente cria uma pista diferente, faça aí as contas de quantos estágios diferentes podem existir, bastando que você a escolha no jogo. O negócio é viciante, e ainda rola um ranking online para comparar quem se saiu melhor em qual música — e se você criar a continha grátis no jogo, você ainda é notificado por email se alguém passou seu recorde. Competitividade é isso.

… e após algumas semanas de fase beta, a melhor notícia: o jogo está à venda no Steam, e você ainda leva a trilha sonora de The Orange Box de lambuja. US$ 9,95. Vai que vale a pena.

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30/01/2008 | Jigu

No More Heroes: Rumo ao Jardim da Loucura!

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[Originalmente publicado no FinalBoss]

“Excentricidade” é uma palavra que poderia ser encaixada sob o verbete “Grasshopper Manufacture” no grande dicionário das produtoras de videogame. Desde o princípio, o estúdio chefiado por Goichi Suda (ou Suda 51, caso prefira usar seu pseudônimo) optou por criar jogos de tramas e situações inusitadas, com temas que vão de dias cíclicos em um hotel fantasma, operador de câmera em uma cidade com monstros e um grupo de assassinos profissionais que são fruto da mente de um só. O mesmo se aplica à jogabilidade de seus títulos: em se tratando de franquias originais da GHM, elementos de jogo incomuns são inseridos. A recepção crítica de Killer 7, seu mais recente game de franquia original para consoles, teve recepção de público e imprensa bastante misturada, com gente aplaudindo seu estilo audiovisual, trama elaborada e o fato deles jogarem o manual de jogabilidade padrão pela janela… e outros não curtindo pelos mesmos motivos. De qualquer forma, o trabalho deles em K7 atraiu a atenção de várias publishers, incluindo a Namco e a Marvelous. E foi em parceria com esta última que foi produzido No More Heroes, um game de ação exclusivo para o Wii que fugia de franquias estabelecidas, direcionadas à família e partidas em grupo, ou compilações equivocadas de minigames: o jogo era sangrento, ridiculamente violento, parecendo uma sátira / respostinha à visão americana da cultura japonês. Aproveitando este ensejo dos poucos jogos com a classificação Mature para o sistema – os primeiros a virem à mente são The Godfather e Manhunt 2 – a Ubisoft decidiu trazê-lo aos EUA em sua glória sangrenta.

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22/10/2007 | Jigu

Moneyhat vibrations!

Money hat: que dureza.
[Post originalmente publicado no Working Class Anti-Hero]

Infelizmente (ou felizmente, dependendo do seu ponto de vista), um dos assuntos que pintou nos debates do BarCamp Rio foi a monetização, vista com péssimos olhos e tema que deveria ter ficado de lado no evento. Mesmo assim, uma pergunta por alguém do auditório na palestra do Edney — que comentou o acontecido — e do Inagaki sobre o case InterNey Blogs. O fator “chapéu de dinheiro” veio à tona quando se questionou como fica a credibilidade do autor quando se trata de um post patrocinado, resenha paga ou coisa do gênero.

Vamos pegar um exemplo do meu metiê. Eu já me desfiz loucamente em elogios ao jogo Team Fortress 2 aqui, e não ganhei um centavo por isso (aliás, muito pelo contrário, paguei — e com gosto — pela Orange Box). Beleza. Aí digamos que eu decida fazer dinheiro com o Working Class Anti-Hero [risadas efusivas da claque], e aceite fazer resenhas pagas. Aí calha de cair um Crysis da vida no meu colo, eu jogo e acho alucinante — mundo da hipótese, pois o jogo nem saiu, não sei qual vai ser ainda — e me desmancho em elogios ao trabalho dos caras. Sei lá, o que impede meu leitor de achar que meu julgamento da coisa foi afetado por eu receber dinheiro — sim, estaria claro que eu teria sido pago pela resenha como um trabalho — pelo que faço?

É um ponto complicado, se você pensar no assunto. Detesto vestir o uniforme de Capitão Óbvio, mas acho que manter a coerência é vital nestas horas, seja o leitor ou escritor. Sim, sempre vai ter gente questionando — se serve de parâmetro, há quem ache no minifórum do FinalBoss que demos 8,5 para o fantástico Portal “caixistas [fãs do Xbox] estao pagando propina mesmo”. Porque Halo 3 ganhou 10 de 10 pelo conjunto da obra. Sinceramente espero que seja brincadeira, porque:

  1. não faz sentido nenhum, é uma falácia das mais imbecis já vistas por aí;
  2. somos profissionais, e se vendemos nossa opinião ela passa a não valer um grão de arroz.

Mesmo se chegasse um sombrero cheio de verdinhas e uma garrafa de tequila na minha casa, isto não faria um jogo ruim ser bom (ou vice-versa, segundo esta potencial teoriazinha de conspiração destes leitores descontentes ou implicantes… e isto acontece o tempo todo, “mas por que a nota final foi 9,5 e não 9,7?”, etc…).

O mesmo se aplica à discussão apresentada no BarCamp, naturalmente. Agora, se o formato e modelo de negócios usado pelo InterNey Blogs é inovador, ideal, a salvação da lavoura ou não… sinceramente, não é esse o assunto em questão, e prefiro não tocar no mesmo com uma vara de 10 metros.

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16/10/2007 | Jigu

Portal: O Bolo é uma Mentira

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Portal (PC)

[Originalmente publicado no FinalBoss]

Em 1997, o estúdio 3D Realms fez a apresentação de um dos mais promissores elementos de Prey, seu então novo FPS para o PC: um sistema de portais que transportavam o jogador para outra localidade da fase, algo inédito na época. No entanto, este jogo demorou bastante para sair após uma série de mudanças na equipe de produção… Pulemos para 2005, quando um grupo de estudantes da Digipen – universidade norte-americana especializada no desenvolvimento de jogos para computador e videogame – chamado Nuclear Monkey Software lançou gratuitamente a demonstração jogável Narbacular Drop. A premissa do game era similar: guiar uma personagem através de um calabouço com um sistema de portais bastante curioso, sendo possível entrar por uma parede e cair do teto, cair no chão e sair da parede, e por aí vai. Eventualmente, estes estudantes foram contratados pela Valve Software e puderam criar uma nova demonstração de seu conceito: Portal. (more…)

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15/10/2007 | Jigu

Half-Life 2 – Episode 2: Lidando Com as Conseqüências

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[Originalmente publicado no FinalBoss]

Após alguns adiamentos (devidos à atenção dada à versão Xbox 360 da edição The Orange Box, já que a para PS3 ficou a cargo da Electronic Arts, publisher do jogo originalmente previsto só para PC), Half-Life 2 – Episode Two já está disponível nas prateleiras de lojas e no Steam. Se os outros capítulos da série da Valve tiveram uma ótima receptividade por público e crítica, não foi à toa: em termos de jogabilidade, direção artística e narrativa, o trabalho dos caras é de tirar o chapéu. Além disto, eles contam com uma boa vantagem — a constante aprimoração de seu Source Engine, que desde o lançamento do HL2 original em 2004 vem ganhando melhorias que se fazem visíveis a cada novo capítulo da série. A espera foi longa, mas tenha certeza de que valeu a pena — e se você não jogou os anteriores, a edição The Orange Box provavelmente traz o melhor valor agregado pelo dinheiro investido.

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25/09/2007 | Jigu

Video Games Live 2007: Eu fui!

[Post originalmente publicado no Working Class Anti-Hero]

A Video Games Live deste ano foi muito bacana. Mesmo considerando que o evento em si não me provoque o choque do desconhecido por eu ter ido no ano passado e que grande parte das músicas não foram trocadas (o que faz sentido, tirar Mario, Metal Gear Solid ou Final Fantasy VII é papo de começar guerra civil), o evento continua bastante divertido. Ah, sim: o tal DVD anunciado ano passado sairá com filmagens das apresentações deste ano.

Os momentos mágicos foram o concurso de cosplay (o Vivi do Final Fantasy XI foi indiscutivelmente o melhor — meter uma roupa camuflada e fazer o Snake, enquanto louvável, é fácil em comparação), o videoclip da Ms. Pac-Man fugindo dos fantasmas, Tommy Tallarico fazendo a Dança do Siri e a hora em que tocaram os temas de Starcraft II e Beyond Good & Evil. Para termos de comparação, confiram as diferenças dos sets do ano passado:

Saíram:

  • God of War
  • Castlevania
  • Advent Rising
  • Tomb Raider

Entraram:

  • Starcraft II
  • Myst
  • Beyond Good & Evil
  • Tron
  • Medal of Honor
  • medley de Chrono Cross no piano
  • guitarra rock ‘n roll em “One Winged Angel”

(Starcraft II. Desgraçados, o jogo nem tem data pra sair ainda. Assim não vale.)

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22/08/2007 | Jigu

“Inspiração”? Até parece…

[Post originalmente publicado no Working Class Anti-Hero]

Outro dia, eu e meus colegas no trabalho estávamos discutindo os bizarros DVDs que, apesar de não serem uma novidade nesse mundo de imitadores, têm aparecido na rebarba dos filmes recém-lançados. Se saiu Carros da Disney-Pixar, moleza aparecer um, dois, TRÊS Os Carrinhos. O exemplo mais recente desta cara-de-pau foi Ratatoing (site oficial, com um incrível trailer) … sim, pegaram a sinopse de Ratatouille e fizeram um longa “animado em 3D”. Daí que o Moco me confirma que o estúdio é brasileiro, e se chama Rexmore. E bingo — o rato do filme mora no Rio de Janeiro. Putz, esse filme ia ser um prato cheio para os adeptos do MV-Brasil. Uma cena mais extensa do rato azulão e carioca pode ser conferida clicando aqui.

Ratatoing: Pura cara-de-pau

Uma semana depois de rir do descaramento de fazer uma cópia chinfrim de um produto que nem eles conheciam, esbarro com o Super Chick Sisters, um joguinho para web endossado pela PETA (People for Ethical Treatment of Animals), organização de pessoas que defendem os direitos e o tratamento ético dos animais e tem como mais notórios inimigos a rede Kentucky Fried Chicken e companhias de moda que usam pele animal em suas roupas.

Tá, mas e o tal Super Chick Sisters? Uma copiazinha marota — até no logotipo — de Super Mario Bros., só que com duas pintinhas de boinas igualmente vermelha e verde. No lugar de Mario, Luigi e Peach, temos quem? Nugget, Chickette e Princess Pam… Anderson! Sim, a loiraça consagrada por seus peit^h^h^h^h trabalhos em séries como Baywatch e uma das celebridades ativistas da PETA virou a princesinha em perigo capturada pelo maligno Coronel Sanders, aquele já que o jogo vem demonstrar os horrores que o KFC faz com suas aves no cativeiro e preparo. Até aí, vá lá, grande iniciativa… mas jogando mais um pouco temos ninguém menos que os próprios Mario (nas versões tradicional e Doutor), Luigi, Yoshi, Peach, além de referências ao Wii. Tudo devidamente encruado na trama para defender os animais, com hilárias cenas como Yoshi se recusando a ajudar Mario.

Super Chick Sisters: Pcó!

É aquilo… paródia é paródia, e até tem respaldo frente a lei… mas daí a usar exatamente a imagem e o nome dos personagens, isso sim é um processo judicial praticamente esperando para acontecer.

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22/08/2007 | Jigu

BioShock: VIVA RAPTURE!

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BioShock (Xbox 360)

[Originalmente publicado no FinalBoss]

Existem vários fatores que podem tornar um jogo memorável. Seja uma jogabilidade inovadora ou variada, direção de arte — seja no aspecto artístico ou tecnológico — bacana, uma trama densa, e aí por diante. Certos games conseguem preencher esta vaga com apenas alguns destes aspectos isolados, e de certa forma isto só reforça o quanto estes títulos brilham neste aspecto. Mesmo assim, vez por outra aparece um jogo que consegue aliar com facilidade vários destes fatores ao mesmo tempo e fazem com que este se torne uma experiência a ser lembrada por quem jogue, e recomendada a quem ainda não o fez. Combinando elementos de FPS, exploração, evolução de personagem, um pouquinho de quebra-cabeças, BioShock — considerado o sucessor espiritual da série System Shock — é um ótimo exemplo disto.

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15/08/2007 | Jigu

“Enterre seu primeiro brinquedo e a foto de sua mãe”

El Topo

[Post originalmente publicado no Working Class Anti-Hero]

Depois que Goichi “51” Suda, chefão da produtora de videogame Grasshopper Manufacture, citou o filme El Topo (1970) como uma das inspirações de seu próximo jogo para Wii (No More Heroes), fiquei na curiosidade de assistir. Finalmente tive a oportunidade de vê-lo, e achei-o bem interessante — mas nada fácil de digerir em primeira instância.

O filme é um western pouquíssimo convencional sobre autoconhecimento e iluminação, traçando uma porrada de paralelos malucos com a Bíblia, religião e filosofia. Surreal pra cacete, diga-se de passagem: várias passagens psicodélicas — como os duelos com os “quatro mestres do deserto” e a marcha dos proscritos na segunda metade do filme.

Trilha bacana, imagético incrível e poderoso… mas haja disposição para assistir assim no pulo, hein? De qualquer forma, fiquei com vontade de ver outros filmes do Alejandro Jodorowsky. Dando uma pesquisada a fundo depois de encerrar o filme, vi que ele é considerado um dos primeiros (senão o primeiro) “midnight movie”, aquele filme cult — normalmente de orçamento restrito, temática incomum dentre outros fatores — que passaria em horários poucos convencionais na TV e gerou toda uma onda de exibições tarde da noite nos cinemas.

É, mais uma vez os games a serviço da cultura, mesmo que indiretamente!

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17/05/2007 | Jigu

Microsoft começa a caça às bruxas no Xbox 360

[Post originalmente publicado no Working Class Anti-Hero]

Muitos jogadores que têm o Xbox 360 e compraram o jogo Crackdown tiveram um ótimo incentivo por fora: o convite para a fase de testes beta de Halo 3, famosa série de FPS para o console. Só que hoje alguns fóruns de games começaram a entrar em um frenesi daqueles: a Microsoft começou a banir os Xbox 360 que tiveram seus drives de DVD modificados para rodar discos gravados (e por “gravados”, leia-se “piratas”) da Xbox Live. Isto é, aquele console não acessa mais a rede deles; quer jogar online? Foi mal, mas você vai ter que comprar outro console. Te vira.

Xbox 360 banido da Internet.

Cara, é aquilo: nada justifica usar produto pirata. Não tem dinheiro para sustentar a parada? Não compra, então. “Mendigo não compra videogame”, como bem disse um parceiro jornalista de games quando uns e outros tentavam defender a idéia de que “ah, mas eu já compro o console, não tem galho de eu baixar jogo da net”, “não estou dando dinheiro pros pirateiros”, e outros argumentos igualmente capengas. Enquanto imperar a Lei de Gérson, a gente jamais vai ter um mercado forte de jogos aqui no Brasil.

É inegável que o entusiasta de videogames daqui se sinta lesado ao ver tantos impostos exorbitantes na comercialização de videogames daqui, mas na boa: quem sabe comprar direito, compra barato. É só pesquisar. Eu compro meus jogos pela Internet (novos e usados), vez por outra chegam aqui sem tributação — e mesmo se tributam, acaba saindo mais barato do que os preços sugeridos de lojas — e é isso aí. Não preciso ficar jogando e olhando por cima de meu ombro com medo.

Agora… como a vida é repleta de ironias, né? O slogan de Halo 3 é Finish the Fight; um convite pra testá-lo veio no jogo Crackdown (termo utilizado para ação policial de desmantelamento de quadrilhas, etc…); a eliminação de acesso a Live em sistemas que burlaram a lei começa junto com a chegada da tal demo, tão esperada por tantos… coincidência?

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Konami Easter Egg by Adrian3.com