Hydrophobia: Tiro na água?
[Post originalmente publicado no Arcadia]
“Hydrophobia”, produção do estúdio britânico Dark Energy para o Xbox 360, mostra um futuro no qual nosso planeta passa por uma grande crise: a superpopulação. No entanto, uma empresa de tecnologia chamada Nanocell prometeu revelar uma solução para isto, e o grande evento acontece no Queen of the World, o maior navio do planeta. Só que a cidade flutuante é assolada por um atentado terrorista dos neo-Malthusianos, que seguem a ideologia do pensador britânico Thomas Malthus de forma bem radical…
Enquanto a preocupação de Malthus era ligada à exaustão de recursos naturais em proporção ao aumento da população, os terroristas acreditam que o genocídio é uma maneira de salvar a humanidade. “Menos gente” igual a “mais recursos para os vivos”. O jogador controla a engenheira Kate Wilson, que acaba no meio desta confusão toda e precisa não só lutar por sua sobrevivência como também desvendar os detalhes desta conspiração.
Afinal de contas, não é todo dia que um grupo terrorista se infiltra com uma facilidade besta no maior navio do planeta. Ainda bem que os hobbies dela incluem natação, mergulho e escalada (sério, veja no quarto dela).
Tudo é Água: O grande chamariz do jogo, se o jogo de palavras no título não sugere o suficiente, é a água. A dinâmica impressiona, e fica claro que não é uma animação enlatada quando o jogador quebra um vidro ou abre uma porta com um grande corpo d’água do outro lado. Neste quesito, o jogo realmente impressiona – e além disto, as possibilidades que isto levanta (já que Kate não é uma policial ou guerreira) no combate é legal… o que leva ao próximo tópico.
Ambiente Hostil: Se você acha que vai passar por este jogo bancando o Jack Bauer ou o Rambo, prepare-se para falhar. Muito. Em vez de sair correndo com o dedo do gatilho escorregadio, o jogador é recompensado quando pensa em maneiras diferentes de eliminar os terroristas. Explodir toneis de combustível, atirar em cabos de energia para eletrocutar seus inimigos, e até mesmo improvisar uma enxurrada e tentar afogá-los… Some isto a um sistema de combo e pronto: diversão garantida.
E Lá Vamos Nós de Novo: A campanha principal não é enorme – deve dar para zerar em umas 4 horas na dificuldade Normal se você for uma máquina e não errar nunca – mas o fator replay se garante na busca de colecionáveis – itens, diários, emails, citações de Malthus, e por aí vai. E depois da trama principal, é destrancado o acesso ao Challenge Room – uma sala de desafios repleta de inimigos e situações tensas.
Quer Ver o Final? Más Notícias…: Vai que ainda dá tempo, Microsoft e Dark Energy, e incluam na descrição do jogo – pode ser na Live ou no título, tanto faz – que se trata do primeiro episódio de uma série. Nem todos acompanharam o processo de criação do jogo como uma aventura completa e sua eventual mudança para o formato episódico. Não tenho nada contra jogos em capítulos, mas avisem de forma mais óbvia! Terminar um jogo com um “To Be Continued” vago desses é covardia.
De Gaiato No Navio: Enquanto consistente à ambientação, o design de fase e o sistema de mapas é um pouco confuso. Dá para se perder de vez em quando, dar voltas e acabar no mesmo lugar – ou pior ainda, achar que está no mesmo lugar, quando na verdade está em outro diferente. E olha que o jogo tem mapas 2D e 3D!
Kate Wilson, Engenheira e Ventríloqua: Este é apenas um dos detalhes que acabam fazendo feio no jogo. Não há sincronia labial, ou sequer animação, em cenas que não sejam as intermissões com a trama. Além disto, há a ocasional animação esquisita, como a personagem “patinando” rumo à escada ao apertar o botão de subir nela. Parece preciosismo, né? Até é, mas não tem como não comentar.
“Hydrophobia” é um jogo divertido, mesmo que partes da execução possam atrapalhar esta impressão. O sistema de fluidos do jogo é incrível, e todo o esquema de usar o ambiente para detonar seus inimigos – em vez de partir para o tiroteio direto – é bem divertido. No entanto, o design de fases pode confundir, e parece que faltou esmero em certos elementos (como a animação facial fora das intermissões)… e por tudo que é decente neste mundo, avisem no título ou descrição na Live que é um episódio – pois chegar ao fim, ver um gancho para o próximo sem saber é um vacilo supremo. Mas que estou curioso para saber o que acontece, estou… que venha o próximo, então!
À venda por download na Xbox Live Arcade a partir da próxima quarta-feira (29) por 1200 Microsoft Points, “Hydrophobia” é temporariamente exclusivo ao Xbox 360, e é recomendado para maiores de 18 anos.
Crackdown 2: Uma segunda chance
[Post originalmente publicado no Arcadia]
Em 2007, o estúdio Realtime Worlds lançou “Crackdown”, um jogo de ação para o Xbox 360 no qual o jogador controlava um agente ciborgue em uma metrópole às voltas com o conflito de gangues. O jogo era divertido por uma série de razões, como melhorar os atributos de seu herói – que podia saltar alto como um prédio, arremessar caminhões nos inimigos, entre outras possibilidades sobrehumanas – e explorar a cidade enquanto mandava chumbo na bandidagem.
Três anos depois, a Microsoft lança “Crackdown 2”. Desta vez desenvolvido pelo estúdio Ruffian, o game é ambientado na mesma Pacific City de antes – só que anos depois, e com novos problemas: uma epidemia de mutantes que vivem no subsolo da cidade e saem à noite, e a formação de uma gangue composta pelos revoltados com a opressão da Agência e a ameaça dos mutantes garantem um dia de trabalho bem ocupado para os agentes… o jeito é tentar eliminar a ameaça mutante na raiz.
Playground dos Destruidores: Se você curtiu o esquema do primeiro jogo envolvendo a caça às Agility Orbs, ficar pulando de prédio em prédio e realizar feitos sobrehumanos de força como se fosse fácil, comemore – o formato do jogo continua o mesmo. E agora ainda é possível formar grupos de 4 jogadores para o modo cooperativo online – além do bom e velho multiplayer para até 16 jogadores.
Nós Dominamos a Noite: O ciclo de dia e noite diverte, mesmo porque esta é a hora em que as ruas ficam abarrotadas de mutantes. Aí é a deixa perfeita para melhorar os atributos do seu agente – seja na pancadaria, tiroteio, explosivos ou o bom e velho atropelamento no esquema “boliche”.
A Voz Continua a Mesma…: Você jogou o primeiro “Crackdown” e não curtiu? Se for este o caso, você não tem tanto muito a ganhar com a sequência, pois é um caso exemplar de “mais do mesmo”. Fora o aumento do número de jogadores no modo cooperativo, o resto é bem em cima do que foi feito antes. A Ruffian pecou por ser conservadora demais.
… E os Cabelos, Também: Depois de vermos tantos jogos evoluindo no aspecto audiovisual nos últimos três anos, parece estranho ver um jogo tão… igual. Parece que não houve uma mudança neste quesito, dando a impressão de um trabalho preguiçoso.
“Crackdown 2” é um caso ambíguo de não mexer no time que está ganhando. Divertida, a jogabilidade é muito similar à de seu antecessor – o que é bom para quem curtiu o primeiro, mas provavelmente não converterá quem não gostou daquele… pelo menos agora tem como jogar com mais gente via Live, o que pode ajudar na percepção geral desta sequência. O tratamento visual é muito parecido com o antecessor, se não praticamente igual – e considerando que já se passaram 3 anos desde então, pode parecer que não houve um grande empenho neste quesito. No fim das contas, é um bom jogo, mas pecou pelo excesso de conservadorismo.
Exclusivo ao Xbox 360, “Crackdown 2” é recomendado para jogadores acima dos 18 anos e tem preço sugerido de R$ 159.
Talentos brasileiros no exterior
O Brasil já teve uma boa cota de jogos totalmente produzidos aqui – indo de títulos para PC e console até joguinhos mais simples para celular e navegador – mas uma coisa é inegável: em comparação ao mercado exterior, ainda temos muito chão pela frente. Esperançosamente, não por muito tempo, porque talento local nós temos de sobra. Prova disto é termos profissionais brasileiros trabalhando em estúdios nos quatro cantos do planeta.
Leia a matéria na íntegra na Revista Digital de hoje!
Além disto, nesta semana a íntegra das conversas com os profissionais entrevistados para esta matéria serão publicadas diariamente no Arcadia.
Passando o controle: Qual a sua impressão do mercado de criação de games no Brasil no momento, e como você vê seu futuro?
Jogos que falam nossa língua
Qual não foi minha surpresa quando muitos amigos comentaram, estarrecidos, terem visto um comercial de videogame na TV brasileira? E ainda por cima, em canal aberto e no horário nobre? Pois é: o jogo de estratégia em tempo real “StarCraft II”, lançado mundialmente para PC e Mac terça-feira passada, já chegou no Brasil completamente em português. E não só os textos, caixinha e manual: dublagem completa, dizeres na tela – até mesmo placas, cartazes e pichações estão em nosso idioma.
A edição desta segunda-feira da Revista Digital traz uma matéria minha que certamente deve ser do interesse dos gamers e leitores fieis deste site: jogos localizados em português brasileiro. A versão online pode ser lida na íntegra neste link.
Além disto, também publiquei uma entrevista exclusiva com Steve Huot, diretor da Blizzard para a América Latina, e está lá no Arcadia. E durante a semana, mais entrevistas de figuras que entrevistei para a matéria serão publicadas por lá também — então fique de olho!
Passando o controle: Qual a sua opinião sobre jogos dublados em nosso idioma?
Viva o projeto Jogo Justo!
Na tarde de hoje, começa a campanha para promover o projeto Jogo Justo. Criado por Moacyr Alves (leia minha entrevista com ele no Arcadia), o objetivo deste é reduzir as taxas para jogos eletrônicos. Indo pra frente, podemos ter jogos e consoles mais baratos nas lojas – além de abrir espaço para as empresas virem ao Brasil, aquecendo o mercado e a indústria.
Dê seu apoio visitando o site oficial e ajudando a emplacar a tag #jogojusto no Twitter. 🙂
Limbo: Um tratado sobre o medo
[Post originalmente publicado no Arcadia]
H. P. Lovecraft, um dos meus autores favoritos, declarou certa vez: “A mais antiga e forte emoção da humanidade é o medo, e o mais antigo e forte tipo de medo é o medo do desconhecido”. Enquanto seus contos costumam ter descrições intrigantes de suas criaturas sobrenaturais, ele era mestre em deixar os leitores de molho criando um climão… e se existe uma maneira de deixar o espectador tenso, é ocultando a fonte do terror. Suspense funciona bem.
Enquanto ver um monstro medonho tem seu mérito, de vez em quando somente a menção dele pode ser igualmente eficaz. “Limbo”, produção da dinamarquesa Playdead para a Xbox Live Arcade, cumpre isto com um fiapo de história: em busca de sua irmã, um garoto faz uma jornada pelo além. E acredite: não precisa de muito mais do que isso, e funciona muito bem.
Decifra-Me ou Devoro-Te: Uma das especialidades deste jogo é a proverbial “bola curva”, que deixa o jogador incerto do que esperar… e isto desde o comecinho da aventura. Disposto em 24 partes contínuas, os desafios do jogo requerem pensamento lateral, habilidade e paciência. Fórmula campeã.
À Moda Antiga: O visual é, sem rodeios, espetacular. Parece uma mistura de cinema mudo em preto e branco e marionetes de sombras, brincando com luz, escuridão, fumaça, faíscas e afins de forma memorável. Os cenários enevoados ao fundo — panoramas de jardins, cidades, fábricas e afins — em contraste com os personagens em silhuetas bem animadas em primeiro plano funcionam lindamente.
Revisitando o Além: Além de correr atrás dos Achievements destrancáveis (pouquíssimo óbvios, diga-se de passagem: na minha primeira jogada inteira só consegui dois — e um deles é relacionado a vencê-lo), existem motivos para jogar de novo. Mesmo que envolvam conseguir um que requer zerar tudo de uma vez só… morrendo menos de cinco vezes. É um senhor desafio…
Aprendendo na Marra: Enquanto a mistura de tentativa e erro e o aprendizado de como as coisas funcionam tem tudo a ver com o o clima (não ter limite de vida, tempo, pontos, etc… contribui pra isso), o primeiro fator poderá irritar mesmo o jogador mais veterano. Relaxe… quando for assim, pare um tempo, esfrie a cabeça e volte depois. Vai que vale a pena.
Assim Você Me Quebra: Se você é um daqueles que sente a dor pelo personagem, prepare-se para ficar muito tenso. O que não falta é maneira diferente para seu personagem morrer… e se você tem o estômago mais fraco, tem como desligar a violência mais gráfica. Estamos falando de um mundo com serras elétricas, espinhos e aranhas gigantes: daí você já pode imaginar o que te espera.
Se você tem um Xbox 360, não hesite: “Limbo” é fantástico. Herdando um pouco de clássicos como “Out of This World” / “Another World”, a aventura do garoto em um mundo desconhecido e extremamente inóspito é sombria e cativante. Não é exagero dizer que praticamente tudo que se move está contra você… e tantas outras coisas imóveis também. É como se os produtores tivessem reunido todos os medos primais da humanidade (escuridão, aranhas, violência, perda das faculdades mentais, risco de morte) e fazer um teatrinho de bonecos de sombra no qual o herói só sobrevive se você o conduzir direito. E ainda assim, é uma experiência linda. Recomendado ao máximo.
À venda por download no Xbox 360 a partir da próxima quarta-feira (21), “Limbo” é recomendado para maiores de 13 anos.
Snoopy Flying Ace: Fofinho uma ova!
[Post originalmente publicado no Arcadia]
Há pouco tempo, eu e minha namorada estávamos vendo um DVD com seis episódios remasterizados da turma do Charlie Brown. Cinquenta anos depois, continua parecendo que funciona para crianças, mas longe de ser só para elas: afinal de contas, existem aqueles dramas sobre pressão dos amigos, tentar e falhar miseravelmente, coisas que só os mais vividos sabem. Enfim… é legal para as crianças, e provavelmente mais ainda para os adultos.
Se seguirmos o que aparece com mais frequência nos desenhos e tirinhas e tentarmos aplicar ao mundo dos jogos, são duas as possibilidades mais óbvias: um jogo de baseball, ou um sobre os devaneios de Snoopy sobre ser um audaz piloto da Primeira Guerra Mundial. Este último caso é tão claro que já existem pelo menos três games do assunto: o primeiro, para Atari 2600; o segundo, “Snoopy vs. the Red Baron”, para PS2, PSP e PC…
Por fim, “Snoopy Flying Ace”, lançado neste ano para o Xbox 360. Quem diria que um jogo licenciado se sairia tão bem, hein? A Smart Bomb está de parabéns.
Pegue e Jogue: A jogabilidade é simples e eficaz: dá para se desvencilhar da mira automática de certas armas ao realizar uma pirueta com o avião, fazer loopings para contornar o inimigo ou dar meia volta, tudo com um toque do analógico direito. De resto, é possível acelerar ou reduzir a velocidade do avião, alternar armas… em questão de poucos minutos, é fácil ficar safo na pilotagem.
Guerra Sem Fim: A variedade de modos multiplayer são a joia da coroa. Maioria das modalidades oferecidas são bacanas e contam com uma boa comunidade de jogadores na Live, e o sistema de ranking e patentes medindo o avanço do jogador dá motivos extras para voltar ao jogo. Afinal de contas, você quer ou não quer entrar no ranking exclusivo dos Flying Aces?
Mais Complexo do Que Parece: A quantidade de armas extras – além da metralhadora, é possível escolher mais duas diferentes de uma lista bem respeitável – e aviões com dirigibilidade, resistência e velocidades diferentes dão uma variedade surpreendente de combinações. E como é fácil trocar as armas na hora do respawn no mapa, dá para mudar sua estratégia caso seja necessário.
Arrume Uns Amigos: Embora divertida, a campanha single-player do jogo não é seu ponto forte. Na real, esta serve mais para treinar o jogador no esquema de controle e no combate do que qualquer outra coisa. Se você é daqueles que não curtem multiplayer, talvez a experiência completa não seja bem a sua. Jogue a demo e decida.
Olhando, Nem Parece: Chega a ser uma injustiça pensar que parte dos jogadores poderá torcer o nariz por se tratar de um jogo do Snoopy. Mesmo tirando do caminho o fato de ser um jogo de guerra, ter o beagle e tudo tem potencial de sobra para o jogador médio imaginar que é um jogo para crianças. Se serve de exemplo… é tão “só para criança” quanto o desenho animado (isto é, não muito).
Americano Demais: Calma, não é uma crítica ao conteúdo! O lance é o modo Pigskin, que remete ao futebol americano: enquanto uma equipe de pilotos tenta levar a bola ao outro lado do campo em seus aviões, o time de defesa fica em armas fixas no outro lado do cenário. Parece bacana no papel, mas… na prática, nem é tão bacana quanto os outros mais tradicionais.
Não se deixe enganar pelo visual engraçadinho: seguindo a escolinha de jogos como “Crimson Skies”, “Snoopy Flying Ace” é um jogo de guerra bem sólido que tem em seu modo multiplayer sua maior força. Além de oferecer uma boa quantidade de veículos e armamentos, combinados a gosto do jogador, também há o incentivo de subir de patente ao jogar online. Para quem curte mais a turma do Charlie Brown, então, já viu: todos os personagens de maior presença estão lá, e até mesmo outros menos óbvios. Só faltou a voz de trombone da professora…
Vendido por download no Mercado Xbox Live, “Snoopy Flying Ace” é recomendado para maiores de 10 anos.
Red Dead Redemption: Novo Velho Oeste
[Post originalmente publicado no Arcadia]
Quando ouvimos falar da Rockstar Games, é comum associarmos o nome à série “Grand Theft Auto” – e em outras ocasiões, jogos de níveis diferentes de controvérsia, seja justificável como “Manhunt” ou desmerecido como “Bully”. No entanto, outro jogo antigo da companhia ganhou uma sequência: “Red Dead Revolver”, um western para o PlayStation 2 e Xbox que foi vendido a eles pela Capcom, volta à toda em “Red Dead Redemption”.
Nesta aventura – não é uma sequência direta da trama de “Revolver” – o pistoleiro John Marston está à procura de seu antigo parceiro de gangue, Bill Williamson, para entregá-lo vivo ou morto às autoridades. Para isto, o antigo fora-da-lei viaja para a fictícia New Austin (*cof* Texas *cof*), no meio do deserto americano… e é claro que o negócio não é fácil, já que o bom e velho Billy arrumou novos amigos, uma base de operações e armas até dizer chega.
Não é nada que formar as amizades certas não resolva – mesmo que envolva um mercador charlatão, um irlandês bebum e um sujeito que claramente tomou muito sol na cabeça nesta vida.
Vida Ocupada: Há muito o que fazer no jogo, mesmo sem considerar a trama principal. Caçar animais para vender suas carnes e pelagens (para o desespero dos politicamente corretos e ambientalistas de plantão), jogar cartas, coletar plantas e ervas, perseguir os procurados pela lei e entregá-los vivos ou mortos – vivos, valem mais! – e por aí vai. Sem contar o ocasional personagem coadjuvante que pede ajuda de uma forma ou outra.
Chumbo Quente: O sistema de combate remete ao de “GTA” e funciona bem – e fica mais divertido ainda com o uso do Dead Eye, que deixa tudo em câmera lenta por um tempinho e permite marcar pontos específicos de seus alvos para disparar uma rajada de balas… seja para acabar com a raça de algum bandido, ou até mesmo acertar somente a arma de sua mão e desarmá-lo. Ah, e trocar tiros a cavalo funciona bem pacas.
Aprenda a Respeitar o Homem Mau: O sistema de honra e fama afeta sua reputação por toda New Austin, cabendo ao jogador a escolha entre ser o mocinho gente boa que ajuda o lojista que teve seu caixa roubado, ou mesmo as profissionais da carreira mais antiga do mundo (heh) enfrentando bêbados violentos… isso ou sair metendo bala em tudo e todos, aí vai de cada um. E todas estas ações afetam a percepção de seu personagem pelos cidadãos.
Aluga-se Este Espaço: Talvez seja o costume pelos jogos de mundo aberto ambientados na cidade grande, mas às vezes as longas cavalgadas no deserto dão a óbvia impressão de um grande vazio entre os vilarejos. Faz sentido, é o velho oeste, e o visual incrível e as ocasionais atividades amenizam esta impressão… mas o tipo de jogador que reclamou das navegações em “The Legend of Zelda: The Wind Waker” provavelmente vai chiar com esta, também.
Indicador Escorregadio: Enquanto o sistema Dead Eye é bacana, é uma pena que não seja muito óbvio como desfazer a mira depois de marcada… isto é, grandes chances de passar por algum inocente (ou pelo menos que não fosse seu alvo móvel da vez) e meter bala nele inadvertidamente. E quais as chances de um inocente estar perdido no meio? Ah, só jogando pra saber.
Mesmo levando em conta que não se trata de uma marca muito famosa da Rockstar, “Red Dead Redemption” não poderia ter um nome mais apropriado, pois redimiu o anterior que passou batido por tanta gente. Aproveitar a popularidade ainda maior da companhia no cenário atual e o avanço do motor gráfico RAGE, que deixa o jogo com um visual e som espetacular, também ajuda. Além de um extensa campanha single-player cheia de atividades, o modo online é divertido demais – até mesmo quando seus amigos em níveis mais avançados têm cavalos dignos do jockey club, e você está naquele burrico velho do nível um com uma garrucha no colo. Mas não desista!
Red Dead Redemption (PlayStation 3, Xbox 360) tem classificação etária sugerida de 17 anos e acima. Até o momento, a Rockstar lançou a campanha cooperativa “Outlaws to the End” gratuitamente para download na PlayStation Network e Xbox Live Arcade.
E3 2010: Matéria no Globo
As novidades apresentadas na edição 2010, que ocorreu semana passada, refletem uma mudança curiosa no andamento desta geração de consoles: sua duração, como as fabricantes estão agindo para manter vivo o interesse do consumidor e como atrair novos fãs no processo.
Leia a matéria completa no Globo Online!
Passando o controle: Agora que o evento terminou, qual foi sua impressão geral? O que você mais curtiu durante a E3 2010, e o que você espera para de 2011?
E3 2010: O que rolou nas conferências das fabricantes?

Começou a insanidade da E3 2010, quando rola aquela avalanche de novidades e os fãs de videogame costumam ficar enlouquecidos. Neste ano, por mais software bacana que tenha pintado – e acredite, isso é o que não falta – a atenção estava no hardware mesmo. Seja a Sony marretando que o 3D é o futuro, a Microsoft naquela invejinha boa dos jogos por movimento ou a Nintendo e seu 3DS sem óculos nem nada do gênero, foi um bom começo de E3… e que dá margem para achar que esta geração periga ser longa que só.
E como foram as impressões das conferências de imprensa das fabricantes? Olho no lance – com direito a uma galeriazinha de imagens bacana no final:
Microsoft: Além de mostrar certos medalhões como Halo e Gears of War, a empresa se dedicou a apresentação do Kinect (aliás, que nomezinho difícil, hein?). Enquanto a ideia é maneira, espero que a especulação de preço das lojas online gringas não se torne realidade. Vá lá, a tecnologia é muito bacana, mas se pensarmos no Kinect como a resposta da Microsoft ao sucesso do Wii, US$ 150 seria salgado — afinal, é só inteirar mais US$ 50 neste valor e comprar o Wii zerado com MotionPlus e tudo mais. No entanto, é difícil não curtir exemplos de uso como o Kinectimals e a interface da dashboard adaptada a movimentos da mão, reconhecimento de voz, e por aí vai. Espero que a MS seja safa quanto ao preço final ao usuário, porque eu gostaria de brincar de “Minority Report” em casa.
Ah, sim: jogada digna da Apple anunciar o redesign do console para a mesma semana — e finalmente com wi-fi embutido e o HD com mais capacidade, hein? Nada mau, acho que vou trocar o meu na primeira oportunidade.
Momentos OMG: a menininha jogando Kinectimals (não gostou? Você não tem alma); a dashboard adaptada ao Kinect; Raiden brincando de Afro Samurai no Metal Gear Solid: Rising.
Desaparecidos: Milo e Kate; visualização 3D; Hulu
Nintendo: Caso clássico de jogar para a torcida. Abriu o evento com The Legend of Zelda: Skyward Sword para o Wii, revelou Donkey Kong Country Returns (pela Retro, de todas as companhias!), Mario Sports Mix e Kirby’s Epic Yarn. Fora isso, teve o Epic Mickey — sim, colorido E sombrio, como é possível fazer… estão aí filmes como “A Noiva Cadáver” e “Coraline” de prova — e o Wii Party. Mas na real, quem roubou a cena foi o 3DS. Os recursos bacanas, gráficos melhorados e uma linha de títulos impressionante — não bastasse o Kid Icarus Uprising, pra aplacar a ira dos que torraram a paciência da Nintendo por anos, ainda tem Metal Gear Solid, Resident Evil, Ninja Gaiden, Saint’s Row, Super Street Fighter IV… quero logo poder testar o bichinho.
Momentos OMG: Explicação dos recursos do 3DS; interface do Zelda novo; ressuscitarem paradas como Kirby, DKC e Goldeneye
Desaparecidos: Vitality Sensor; Wii HD, que não sai da mente de uns e outros; The Last Story ou Xenoblade
Sony: Por mais bacana que seja o 3D, é uma tecnologia tão cara e distante para nossa realidade daqui que não consigo me empolgar — é coisa pra mais pra frente — e talvez por isso eu tenha achado a reta inicial da conferência deles chata – eu não ligar muito pro Killzone 3 não ajuda, mas não serei besta de dizer que é mal executado. É uma pena quanto ao andamento da conferência, mas pelo menos mais pra frente pintaram paradas mais interessantes, como o inFamous 2 e o Twisted Metal (do qual eu nem sou tão fã assim, mas dou o braço a torcer: maneiríssimo o visual!). Ah, sim: rolou aquela atenção especial ao Move, como no caso do Sorcery (as coincidências são engraçadas, né? Tanto o Link quanto o feiticeiro deste jogo carregam o poder da espada / varinha ao apontar o controle para cima). E sim, seu Gabe, Portal 2 sair pro PS3 com Steamworks foi surpreendente, mesmo.
Momento OMG: inFamous 2; Twisted Metal (com direito ao Sweet Tooth no palco); PlayStation Plus, assinatura online opcional, nem parece mau negócio.
Desaparecidos: PSP2; The Last Guardian; a possível coletânea de Ico.
Passando o controle: Claro, a E3 acabou de começar, e nem citei as conferências e outros jogos das desenvolvedoras… quais foram os melhores momentos do evento até agora para você?



























