Post-Review: Alien Hominid HD (XBLA)
Quem acompanha o blog já deve saber do meu gosto por jogos fora do esquemão das lojas. Claro que adoro paradas como Mario, Half-Life, StarCraft e tudo mais, mas tem muito jogo bacana no meio independente que seria uma injustiça deixá-los passarem despercebidos. Felizmente, alguns destes acabam chegnado ao grande público com remakes e afins.
Talvez não seja o primeiro a fazer esta rota, mas a história de Alien Hominid pode ser considerada um caso de sucesso. Originalmente feito em Flash, o jogo dos alienígenas amarelos que bombava no Newgrounds guardava tanta promessa que a distribuidora O~3 se comprometeu a distribuir uma recriação completa para os três consoles da geração passada (e ainda teve uma edição para o Game Boy Advance!).
Mas foi em seu relançamento em alta definição para a Xbox Live Arcade que pude confirmar de uma vez por todas o quanto este jogo era bacana, e deu ao estúdio The Behemoth um merecido voto de confiança. Não sei se é a dificuldade nível Contra, as ilustrações feitas à mão e suas animações hilárias (não bastassem as expressões dos personagens principais, as “gags” também são muito divertidas) ou a combinação disto e mais elementos que o torna tão cativante…
(por mais que a síndrome de Tourette tenda a aflorar durante o jogo inteiro, porque zerar com continue é fácil…)
Passando o controle: Invadir a Sibéria montado em um ieti, derrotar um monstro feito de doce de leite e radiação… quais os seus momentos favoritos de Alien Hominid?
5-Hit Combo: Alex Neuse
(antes de mais nada, um aviso sobre a 5-Hit Combo: contradizendo o plano original de ser uma coluna semanal, orgulho-me de dizer… “a periodicidade que se dane”. Dito isto, vamos nessa!) 🙂
Quando comprei a coletânea Midway Arcade Treasures para o GameCube, parte da graça do pacote estava nos extras com depoimentos e curiosidades sobre cada um dos 24 jogos. Sobre o clássico Robotron 2084, uma frase me chamou a atenção: “se fosse possível alcançar o zen Nirvana pela coordenação de mãos e olhos, este jogo seria a ferramenta definitiva de iluminação”. É uma frase para lá de floreada, mas que reflete bem como certos jogos acabam provocando um certo “transe” na hora de jogar…
Uma série recente que costuma provocar este efeito em mim é Bit.Trip, da Gaijin Games para o WiiWare…a combinação da jogabilidade desafiadora e a trilha sonora chiptune ajudam bastante! Por conta disso, o convidado desta edição da 5-Hit Combo é o fundador deste estúdio baseado na Califórnia, Alex Neuse, que aceitou o desafio e selecionou cinco jogos que ele considera terem estas mesmíssimas propriedades sobre o jogador. Aqui segue a lista do Alex… sem ordem específica, com meus comentários sobre os escolhidos:
1) Every Extend Extra Extreme: esta segunda releitura do clássico freeware (também passou pelo PSP) representa este aspecto muito bem. Afinal de contas, o pulo do gato do game está no controle de sua nave que precisa ser detonada para explodir as demais em uma reação em cadeia… junte isso à música eletrônica – até mesmo as batidas do tema da vez influenciam nisto – e pronto… prepare-se para perder muito, muito tempo tentando manter seus combos intermináveis e não zerar o tempo. E nesta versão ainda dá para colocar suas próprias músicas, proporcionando seu transe personalizado… seja com Underworld, Aphex Twin ou Beto Barbosa.
2) Rez: além de ser figurinha fácil na lista dos favoritos de tantos entre tantos game designers, a produção da Q Entertainment para o Dreamcast e PlayStation 2 (algumas edições para o console da Sony incluíam um infame acessório USB chamado Trance Vibrator, que foi usado para outros fins em certo momento) e depois uma edição HD na Xbox Live Arcade (que reprisava tal funcionalidade no segundo controle, a gosto do jogador) praticamente foi quem deu o pontapé inicial para os jogos que envolvem o uso interligado entre música, som e jogabilidade – a sinestesia que tanto foi alardeada por Tetsuya Mizuguchi, que por sua vez dedicou o jogo ao artista russo Wassily Kandinsky.
3) Contra: Shattered Soldier: não tive a oportunidade de jogá-lo no PS2, mas pelo que andei vendo por aí, se trata do primeiro jogo em 3D da série a se sair bem aos olhos de crítica e jogadores. Mas se o histórico de Contra serve de referência, não duvido mesmo: levando em conta que o primeiro jogo da série para o Nintendinho tem uma enorme parcela de culpa em fazer com que os jogadores memorizassem o clássico macete da Konami – trinta vidas, ah garoto! – e ainda assim era um jogo desafiador pacas, não há surpresas aqui. Contra é para aqueles de coração forte, e assim continua sendo até hoje.
4) Gitaroo Man: além de ter feito um dos meus jogos favoritos para o DS (Osu! Tatakae! Ouendan e sua releitura ocidental, Elite Beat Agents), a iNiS teve este título que não era dos mais populares em sua época de lançamento no PS2, mas que ficou em maior evidência ao pintar em uma edição nova para o PSP chamada Gitaroo Man Lives!. É uma ironiazinha besta do destino, se considerarmos que em todos os jogos da iNiS há o lance de “torcer pelo pequenininho”, simpatizar com aquele que está na roubada e vê-lo dar a volta por cima… enfim, este jogo de ritmo era interessante por misturar o uso dos botões e da alavanca analógica do controle, fazendo o herói U-1 tocar a guitarra mágica que dá nome ao jogo, enfrentar os inimigos e conquistar o coração da gatinha Pico.
5) Fast Food: direto do túnel do tempo, um representante da era Atari 2600. Este jogo de 1982 tinha uma regra de ouro: “fique mais gordo”! Isso mesmo: o objetivo era se entupir com o máximo possível de lanches de altas calorias – milkshakes, batatas fritas, sorvetes, cheeseburgers… mas evitando a todo custo os picles (o verde, beleza; o roxo é que não pode). De certa forma, este é o tipo de jogo que poderia ser alvo de crítica hoje em dia, com toda esta onda de preocupação com a obesidade e tudo mais… felizmente, ainda é possível lançar jogos com essa pequena dose de “politicamente incorreto”, como Fat Princess… e olha que teve gente reclamando!
Passando o controle: Por aqui, Tetris e Guitar Hero são dois de muitos jogos que me deixam naquele transe. E você, fica hipnotizado jogando quais videogames? Comente!
Na pré-história do vídeo por demanda
Quando corri atrás da entrevista com Alex Neuse, um dos fundadores da Gaijin Games, só consegui entrar em contato direto quando vi seu perfil na Xbox Live, presente no site da companhia. Adicionei-o na cara e na coragem, mandei uma mensagem por lá e o resto é história. Vez por outra quando estou jogando no 360, pipoca o nome dele online, e em muitas vezes ele ou a esposa estão assistindo algo no Netflix. Vários amigos que moram fora do Brasil também, assistindo a todo o acervo de filmes e seriados da locadora… sem sair de casa, tudo por streaming. Passado um tempo, tanto o PlayStation 3 quanto o Wii passaram a contar com este serviço – no caso do console da Nintendo, trimestre que vem – mesmo que necessitando de um disquinho enviado para os associados.
Enquanto é óbvio que isto não tenha a menor obrigação de funcionar para o Brasil – afinal de contas, é um contrassenso tão grande quanto esperar que uma locadora de vídeo sediada em Providence faça entregas de moto, ou mesmo pelo correio, em Bom Jesus do Itapaboana – ainda há quem pule pelas argolas em chamas do circo… não contente em ter que forjar um endereço fora do país para criar uma conta na Xbox Live ou PlayStation Network, ainda precisam fazer macetes para tapear sua conexão Internet de forma que pareça um endereço IP nos Estados Unidos, assim podendo acessar conteúdos restritos por região. Como esperado, tudo longe do ideal devido à ausência de representações oficiais das redes dos consoles em questão em terra brasilis.
Guilherme Camargo, gerente de marketing da divisão de games da Microsoft Brasil, me confirma que a companhia já começou a fazer sua parte na distribuição local de filmes e afins… não no 360, mas nos computadores: “em 2009, a MS Brasil e seu parceiro TrueTech ajudaram a Livraria Saraiva a desenvolver e lançar o seu serviço de downloads digitais para aluguel e compra de filmes e seriados. A solução da Saraiva utiliza as mais recentes tecnologias MS, muitas delas presentes nos aplicativos de vídeo e entretenimento do Xbox 360″. E quanto à Live no Brasil? Nada de concreto, infelizmente: “temos bons avanços na parte de infraestrutura, contratos e outros fatores que precisam estar 100% prontos antes do serviço ser lançado oficialmente”.
Às vezes fico imaginando se serviços como a Saraiva e a NetMovies Live ganhariam mais assinantes se tivessem integração a redes como a Live e a PSN. Infelizmente, maioria das minhas tentativas de contato com algumas destas companhias – estas e algumas emissoras de TV que já produzem conteúdo em alta – foram infrutíferas; ou não obtive resposta, ou meu contato foi recebido, reconhecido, e com o tempo deixado de lado.
Espero que esta falta de iniciativa não reflita a posição das partes envolvidas em relação ao oferecimento de conteúdo digital, seja em definição standard ou alta, no maior número de aparelhos possível. Afinal de contas, tenho certeza de que não sou o único gamer do Brasil que gostaria de ver seus filmes legalmente e do conforto de seu respectivo lar… Sinceramente, espero obter respostas mais concretas das partes envolvidas mais adiante…
Passando o controle: Você assinaria uma locadora de filmes online? Se sim, gostaria da ideia de acessar seu acervo via PC ou console?
Atualizado, 26/03, 17h: De um dia pra outro, começam a pintar os primeiros vídeos (via GoNintendo) de usuários americanos do Wii testando o disco do Netflix… e o primeiro parece uma zoada cósmica em mim, fã de Ghostbusters…
Promo Perfect Dark XBLA: Leve Joanna para sua casa!

Por muito tempo, o jogo GoldenEye – lançado para o Nintendo 64 em 1997 – foi referência em se tratando de modo multiplayer, mesmo que em tela dividida. Três anos depois, a Rare lançou Perfect Dark, outro game de tiro em primeira pessoa – desta vez com um climão de ficção científica – com ainda mais modalidades bacanas para jogar. A Rare foi comprada pela Microsoft em 2002, assim tornando-se parte da divisão de jogos da empresa – o que garantiu, por exemplo, a produção de um dos títulos de lançamento do Xbox 360: Perfect Dark Zero.
Se você não teve a chance de jogar o original direito mas tem um Xbox 360, eis aí sua chance de compensar o tempo perdido: uma versão de Perfect Dark saiu hoje na Xbox Live Arcade, com melhorias no visual e suporte a multiplayer via Internet… e eis aqui uma promoção para os leitores do blog!
Para ganhar o game, é só me seguir no Twitter (@jiguryo) e dar retweet na seguinte mensagem:
@jiguryo “Me amarro em uma ruiva!” Ganhe Perfect Dark XBLA no blog do Jigu! #jigu #perfectdark http://bit.ly/dssc1t
A promoção vale até às 19h de hoje, quando sortearei o vencedor ou vencedora e avisarei tanto no Twitter quanto aqui no blog. Mas não se esqueça de seguir meu perfil por lá, ou não terei como enviar o código! Boa sorte a todos!
Irlandeses célebres nos games
Hoje é o Dia de São Patrício, quando muita gente brasileira que não necessariamente tem alguma ligação com a cultura em questão sai para beber mais cerveja (e verde, ainda por cima), mesmo que sob a égide do santo padroeiro da Irlanda. E já que é assim, por que não lembrarmos mais um pouco dos personagens irlandeses nos jogos mais recentes? Afinal de contas, nem só de coadjuvantes – como o engenheiro Donnelly, de Mass Effect 2 – a participação dos irlandeses nos games é feita…
Temos figuras como os integrantes da família McReary em Grand Theft Auto IV, que incluem policiais como Francis e bandidos como Packie e Derrick; Aran Ryan, o hiperativo e falastrão pugilista de Punch-Out!!; Colin Moriarty, dono de bar e chefão do crime em Fallout 3… Além disto, temos outros que podem estar um pouco em cima do muro sob sua origem: Atlas, o misterioso cidadão revolucionário e guia de seu personagem no primeiro BioShock; Henry, irmão de Travis Touchdown em No More Heroes, tem um sotaque bem carregado – mas quem garante que ele é de lá? Afinal, seu irmão é americano… ou não?
De qualquer maneira, independente de ser elegível à comemoração do feriado em questão ou não – foi mal, mas o pezinho de família aqui é na Itália – ficam os votos de feliz Dia de São Patrício!
Passando o controle: Você lembra de mais irlandeses de renome no mundo dos games? Compartilhe-os nos comentários!
SUP: Concurso Nokia e Hotmail valendo um Xbox 360
Parece que esta geração de consoles não vai embora tão cedo, né? (Ainda bem.) As fabricantes investiram tanta grana que, a rigor, o ideal é que as melhorias sejam graduais – como novas funcionalidades, controles, e assim por diante – antes de trocar tudo. Portanto, se você comprar um console agora, é bem provável que ele ainda dure alguns bons anos… talvez mais do que nas gerações passadas. E é aquilo, todos têm sua cota de jogos bacanas; particularmente, esta é a primeira vez em que tenho mais de um console da geração atual em casa, tamanha a variedade de jogos e experiências de cada um.
Eis que a divisão brasileira da Nokia e o Hotmail lançaram um concurso valendo um Xbox 360, bastando elaborar uma mensagem bem criativa para você mesmo receber por e-mail daqui a um ano – e se o vencedor mandar sua participação por uma conta do Hotmail, ainda leva um joguinho grátis para o console. É só enviar um email para queroumxbox360@ovi.com, informando nome e dois números de telefone (com DDD) para contato.
Boa pedida para quem ainda não tem o console, não é? Mais detalhes no site oficial da promoção.
(SUP = Serviço de Utilidade Pública, e não uma variação de “wassuuuuuuuup?”)
Passando o controle: E se você ganhar o Xbox 360, quais os jogos para o sistema que você mais gostaria de comprar?
A ascensão dos indie games
À medida que a tecnologia empregada na criação de videogames se torna mais complexa, os custos de produção dos jogos tendem a se tornarem mais elevados. Uma prova disto está no aumento do preço final ao consumidor: enquanto os títulos de Xbox 360 e PlayStation 3 costumam ter o preço sugerido de US$ 60 no varejo, os jogos para o Wii – que roda seus jogos em definição aprimorada (EDTV) com resolução 480p – continuam na faixa dos US$ 50.
Infelizmente, nem todo estúdio tem bala na agulha para bancar um projeto do calibre de um God of War III, que custou US$ 44 milhões à Sony – ainda mais aqueles que ainda ficam à procura de distribuidoras novas, levando portas na cara até conseguirem; felizmente, nem toda produtora está restrita a criar projetos multimilionários, assim como as novas maneiras de oferecer jogos as ajudaram neste objetivo.
Não é de hoje que joguinhos grátis e independentes têm chamado a atenção das companhias maiores. Alguns exemplos relativamente recentes disto são Every Extend Extra Extreme, Blast Works e flOw. Os três games em questão são releituras de jogos freeware (no caso, Every Extend – que já tinha sido revisitado no PSP -, Tumiki Fighters e, hã, flOw) que acabaram tendo sua chance ao sol por capturar a atenção da Q Entertainment, Majesco e Sony. Fosse por distribuição em disco ou por download, o trabalho de desenvolvedores menores foi reconhecido. Outro exemplo que passa perto disto mas se revelou mais elaborado foi Narbacular Drop, criação de estudantes da universidade DigiPen que garantiu a contratação destes pela Valve para o desenvolvimento de um game inédito baseado no mesmo princípio: Portal.
Outro fator que pesou muito nisto foi a popularização da distribuição digital nos consoles. Jogos vendidos na PlayStation Network, WiiWare e Xbox Live Arcade – valendo notar que esta última também contam com uma área especificamente dedicada aos produtores com a iniciativa Indie Games, que vende jogos de US$1 a US$ 5, passa por fora dos dos órgãos de classificação etária e é gerido pela própria comunidade de game designers associados ao XNA Creators Club… vale notar que até mesmo estúdios estabelecidos, como Arika e Arkedo, também lançam seus jogos lá! – permitiram trazer jogos mais simples, mais baratos e não necessariamente ligados às tendências do que se vê nas prateleiras disputadas a tapa.
Na virada deste mês, vieram à tona duas novas iniciativas para manter este espírito independente unido pela mesma causa – e os dois anúncios vieram em menos de uma semana. A primeira é a Indie Fund, que reúne uma variedade de estúdios indies – que tiveram sucessos como Braid, Flower e World of Goo possibilitados por esta mudança na indústria – em prol de “apoiar o crescimento dos jogos como um meio ao ajudar desenvolvedores independentes a se tornarem financeiramente independentes e continuarem financeiramente independentes” e oferecer um modelo de publicação de jogos diferente do atual. A outra vem do outro lado do Atlântico: no Reino Unido, a iniciativa State of Independence também tem como objetivo apoiar os novos estúdios no processo de captação de recursos, promoção de seus jogos, e como obter o melhor lucro mesmo se com um orçamento apertado.
Outra jogada que achei interessante foi a fundação da Tomorrow Corporation, unindo as forças de integrantes dos estúdios responsáveis por World of Goo e Henry Hatsworth in the Puzzling Adventure… isto é, profissionais da independente 2D Boy e da subdivisão Tiburon da gigante Electronic Arts. Pois é – logo a Tiburon, mais conhecida por seus jogos esportivos, já tinha dado suas cabeçadas em gêneros diferentes como o ação, plataforma e quebra-cabeças.
Voltando à linha Xbox Live Indie Games, pelo menos dois jogos que surgiram como pequenos lançamentos online obtiveram distribuição por companhias externas para o PC: Clover, da Binary Tweed, que foi lançado neste ano em uma versão renovada; e Carneyvale: Showtime, do estúdio cingapurense Team GAMBIT, é o próximo. É o que costumo dizer para quem torce o nariz para os jogos dessa linha XBLIG: há público para todos, mas quem fizer um joguinho mais-ou-menos provavelmente continuará no limbo, e os realmente bons acabam chegando à atenção de todos.
E a lista dos independentes invadindo os consoles e PC continua crescendo: de cabeça e previstos para este ano, temos novas releituras para Cave Story, La-Mulana, Super Meat Boy, Spelunky HD… sem contar as produções totalmente inéditas, como o curioso Fez.
Passando o controle: Tem muito jogo independente legal que poderia ganhar nova versão, como Yume Nikki e Warning Forever… você conhece alguma pérola perdida que podia ganhar nova vida para PC ou consoles?
Coração oito-bits
Na sexta-feira passada, a Gaijin Games disponibilizou o primeiro trailer de Bit.Trip: Runner, o quarto jogo de CommanderVideo para o WiiWare. A série é conhecida por ter um visual que mistura aqueles gráficos simplérrimos da época do Atari com elementos 3D, muitas cores psicodélicas e uma trilha sonora no estilo chiptune — sabe como é, com aqueles timbres que poderiam muito bem ter sido do Nintendinho ou do Master System. Além de ser a primeira vez em que o personagem é controlado diretamente, o trailer me deixou emocionado – mais uma vez – por conta de mais referências aos clássicos. O que é aquela fase parecendo Pitfall? Com o logotipo da empresa no rodapé, que nem o da Activision na época?
Acho particularmente refrescante ver alguns estúdios honrando o passado e história dos videogames, fugindo (mesmo que, às vezes, apenas tematicamente) para o extremo oposto dos gráficos hiperrealistas que tantos estúdios, como a Crytek e a Epic, têm como meta e cada vez mais se aproximam. Outro exemplo que me divertiu bastante foi Rocket Riot, um joguinho de combate multiplayer para a Xbox Live Arcade onde os elementos destrutíveis se despedaçam em pequenos cubinhos, como se fossem os pixels. E sim, o design dos personagens e cenários também bebem um bocado nos graficos de outrora, mas em 3D.
Agora, se há um jogo que parece misturar tudo isto ao mesmo tempo, é o 3D Dot Game Heroes. Este joguinho da From Software para o PlayStation 3 tem seus personagens e cenários criados como uma mistura dos gráficos quadradões da era 8-bit e os “dot puzzles”, quebra-cabeças vendidos no Japão em que o objetivo é recriar os personagens espetando bloquinho a bloquinho em um tabuleiro na vertical. Não entendeu? É isso aqui:
Não contente do visual ser assim, a jogabilidade em si parece lembrar outros jogos das antigas, como The Legend of Zelda. E não contente com isso, ainda rolam outras referências bem bacanas, como um personagem que lembra o minerador de Spelunker… e as telas de carregamento mostram recriações engraçadinhas das ilustrações de caixas de outros jogos, como este Castlevania:
As novas gerações podem entender a importância e a graça de aparecer algo assim, mas tenho a impressão de que só aquele jogador mais “macaco-velho” (*ahem*) saca como ver essas paradas é legal.
Passando o controle: Qual a sua era favorita dos consoles, e por quê?
Nintendo: preenchendo o semestre, esvaziando a carteira
Na tarde de ontem, a Nintendo realizou sua conferência de imprensa em San Francisco, revelando sua lista de lançamentos para o primeiro semestre no Wii e DS. Pois é: quem imaginaria que títulos de peso como Super Mario Galaxy 2 e Metroid: Other M (e outros interessantes, porém menos cotados, como Sin & Punishment: Star Sucessor) sairiam ainda na primeira metade de 2010? Afinal de contas, maioria dos lançamentos de peso da Nintendo costumam ficar para outubro, no encalço do feriado de Ação de Graças nos EUA… ah, que época boa para os jogadores (e todas as distribuidoras)…
Acho interessante como o lançamento de Call of Duty: Modern Warfare 2 no ano passado bagunçou por completo a agenda de tantas outras companhias. Sim, sei que o primeiro Modern Warfare foi um jogão, e que seu modo multiplayer praticamente carregou o hype do segundo nas costas… mas sinceramente? Não entendi a razão de todo o alvoroço, pois nunca tive a impressão de que era para tanto. Será que foi por causa do óculos de visão noturna daquela majestosa Edição de Colecionador?

No fim das contas, ficou aquela impressão “o primeiro trimestre de 2009 é o novo quarto trimestre de 2009”. Entre os jogos que eu mais esperava para o final de 2009, pelo menos dois deles foram empurrados com a barriga para o começo de 2010 (no caso, Mass Effect 2 e BioShock 2), e aí as coisas se acumularam com outros já previstos para janeiro que eu já queria de primeira (Tatsunoko vs. Capcom: Ultimate All-Stars e No More Heroes 2: Desperate Struggle). E agora essa! Por aqui, boa parte dos jogos anunciados ontem se unem àquela listinha que já incluía Heavy Rain, Monster Hunter Tri e Alan Wake…
É isso aí: a agenda de 2010 continua se consolidando, mas admito que fiquei um tanto surpreso de ver marcas de peso como Mario e Metroid saindo cedo assim. E eu estou reclamando? Claro que não! Hora de ajeitar o calendário e a carteira, então…
Passando o controle: Quais os jogos com lançamento confirmado para o primeiro semestre de 2010 você mais quer comprar?
Entrevistei o gerente de design da Team 17…
Minha entrevista com John Dennis, gerente de design do estúdio britânico Team 17 – mais de vinte anos de carreira e ainda independentes – foi ao ar no FinalBoss:
Lá em 1995, vocês lançaram o primeiro “Worms”. Vocês esperavam que se tornasse um sucesso tão perene? Na sua opinião, quais os elementos que o tornaram popular a longo prazo?
Bem, as vendas do jogo [“Worms”] se aproximam dos 20 milhões desde sua criação, e eu não acho que ninguém poderia prever isso. Claramente há algo nele que as pessoas gostam: o senso de humor, o multiplayer social, a violência de história em quadrinhos, as mecânicas de fácil compreensão, o fato que é um jogo fácil de jogar e difícil de dominar. Todas estas coisas são importantes, mas também há uma mágica… algo que eu não acho que alguém realmente consiga apontar. Algo que permitiu que ele continuasse a se espalhar e achar novos fãs. Se você pudesse engarrafar isto e somá-lo a qualquer outro jogo você estaria feito.
Leia a entrevista na íntegra no FB.
Passando o controle: Worms, Alien Breed, Body Blows… Qual o seu jogo favorito da Team 17?


















