Lembro claramente da primeira vez em que vi um computador pessoal rodando um jogo. Na casa de um amigo da época do colégio, fui apresentado na mesma tarde a Montezuma’s Revenge e ao primeiro King’s Quest. Fiquei intrigado pacas ao ver que o jogo da Sierra em questão misturava o controle do bravo sir Grahame (é, com E no final mesmo, depois é que resolveram tirar) e a digitação dos comandos (“open door”, “get key”, etc…). Além de um senhor incentivo para aprender Inglês, o desafio era divertido.
No fim das contas, acabei jogando muitos destes adventures. Enquanto os da Sierra eram animados, outros eram de texto puro, incluindo os nacionais Amazônia (Renato Degiovani) e Av. Paulista (Mauricio Bussab). Outros tinham ilustrações estáticas a cada sala, como The Hobbit. Seja lá qual fosse o estilo de jogo, havia aquela dose de mistério, com aquela dose séria de abstração – tanto para imaginar a ambientação quanto para solucionar os enigmas.
Mas é aquilo, né? O tempo passa, a tecnologia avança e os jogos mudam… Mas nunca é demais reconhecer os feitos dos pioneiros, não é? É exatamente disto que Get Lamp se trata.
Dirigido por Jason Scott, que também produziu um documentário sobre a era das BBS (dá para notar que não é exagero o “historiador e arquivista digital” no site), Get Lamp reúne depoimentos de vários criadores de games da época – incluindo Brian Moriarty e Steve Meretzky… pois é, gente que criou clássicos como Zork, Leather Goddesses of Phobos e que só os gamers da velha guarda e / ou os estudiosos do tema conhecem – e mais fãs e jogadores do gênero, incluindo o polêmico John Romero.
O projeto já começou faz tempo – o primeiro trailer é de 2007 – mas o mesmo foi reapresentado durante a edição mais recente da Penny-Arcade Expo, pois o filme foi concluído – uma versão mais compacta foi exibida no evento – e o DVD já está em pré-venda no site oficial. E se você só quiser assistir o filme, sem problema: é provável que este seja distribuído gratuitamente sob a licença Creative Commons – na opção escolhida por Scott, com reconhecimento do autor e sem fins lucrativos.
Passando o controle: Você pegou esta época? Se sim, quais os seus adventures clássicos favoritos? E se não pegou, consegue imaginar um jogo apenas com texto?
O primeiro desses que joguei foi o infame Hitchhiker’s Guide to the Galaxy, da Infocom – que apesar de me fazer queimar a mufa por meses, me apresentou ao Douglas Adams e à resposta da pergunta mais importante de todas: 42!
also: sabia que esse Jason Scott é o mesmo que escreve o @sockington?
Rod, curiosamente, só fui jogar o Hitch-Hiker’s *depois* do King’s Quest! E é legal que esse tem pra jogar de graça no site da BBC, né?
E eu não conhecia esse Twitter não, hahah 🙂
Sou até hoje um grande fã dos adventures, os clássicos pra mim são: Full Throttle, Day of Tentacle, Loom, The Dig (que me levou a ler a série de livros do Arthur C. Clarke), Indiana Jones: The Fate of Atlantis, Sam & Max Hit the Road e a série Monkey Island.
João, os adventures da Lucas eram fantásticos mesmo! Correndo por fora, os da Westwood eram bons (como os da série Kyrandia) também eram bacanas… e mais pra frente The Longest Journey, que fui jogar ANOS depois e fiquei impressionado.
Você não jogou “A Lenda da Gávea”, do seu conterrâneo Luiz Fernandes de Morais?
🙂
Claro, Sammy! De cabeça, os adventures brazucas que joguei foram estes três, Memphis, Gruta de Maquiné e Matagal (uma paródia do Amazônia)… pelo menos que eu me lembre, assim, no pulo 🙂
Leisure Suit Larry in the Land of the Lounge Lizards!!!
Vibrissas, joguei MUITO esse 🙂
hehehe eu tb fui desvirginado pelo Larry, no PC (hahaha), mas muito antes já curtia Redmoon, the Price (Prince?) of Magik e todas aquelas maravilhas da Level 9 (era isso?)
Mas adorei mesmo foram as citações das adventures brasileiras… cade esta galera? Apareçam aqui no blogo do pedroca pra ver como vocês marcaram a vida deste bando de nerd que hoje manda no mundo hahah Senão…
SEU CÉREBRO VAI VIRAR UM BODE !
abs
feijão
Putz, Feijão, podescrer. Os adventures da Level 9 eram maneiros também 🙂 E pô, tomara que essa galera daqui dê as caras mesmo. Vamos ver se aparecem… 😉
Joguei muito o jogo “A Lenda da Gávea”.
Um dos meus preferidos foi “Day of Tentacle”, anos mais tarde…