5-Hit Combo: Steve Hunt (Cold Beam Games)
Recentemente, citei por aqui o jogo Beat Hazard, um shoot ’em up que usa informações de músicas da sua coleção no PC para definir a força dos disparos, quantidade de inimigos na tela, chegadas dos chefões, e por aí vai… Aí fiquei imaginando quais canções mais agradariam quem inventou este jogo.
Não seja por isso: no 5-Hit Combo de hoje, Steve Hunt revelou suas cinco canções favoritas para detonar os inimigos no espaço ao som de música – incluindo uma sugestão bastante inesperada…
1) “Hot & Cold”, Katy Perry: “Esta foi uma das primeiras canções que usei para deixar o jogo funcionando. Todas as vezes que a ouço me lembro de todas aquelas explosões e partículas disparadas ao som da música… maneiro!”
2) “Song 2”, Blur: “… no modo Insane. Principalmente por causa te todos os altos e baixos, você realmente precisa esperar a música vir até você. Muito intenso.”
3) “Speed”, Atari Teenage Riot: “Esta foi a primeira faixa que eu toquei que deixou o jogo realmente maluco! Adoro ter meus sentidos sobrecarregados!”
4) O tema de “Star Wars”: “Funciona muito bem e me faz sentir como se fosse Luke Skywalker.”
5) Um cara que usa a própria voz pra jogar: “Eu sempre me acabo de rir com essa!” [E ainda por cima, o sujeito liberou a MP3 para quem quiser jogar com ela…]
Passando o controle: Você tem algum artista favorito para ouvir nos videogames – seja para jogos que usem as informações da canção, ou somente por gostar da banda, cantor ou cantora?
5-Hit Combo: Hasan Ali Almaci
Talvez você não o conheça de nome, mas pelo menos uma imagem ligada ao seu trabalho deve ter pintado no seu monitor: uma foto de Shigeru Miyamoto, game designer da Nintendo e criador de séries clássicas como Super Mario Bros. e The Legend of Zelda, sorrindo e segurando uma caixa de chocolates. Pois é: se você esbarrou nisto, conheça o culpado.
Além de ser uma pequena enciclopédia ambulante sobre a indústria dos games, o turco Hasan Ali Almaci entrevistou vários figurões da indústria dos games – e em certas vezes, mediou perguntas das entrevistas que eu e a galera do FinalBoss preparamos para o site, sempre somando um bocado de seu conhecimento nas conversas… e nas horas vagas, trabalha em uma fábrica de chocolate. Se eu chamá-lo de Willy Wonka por aqui, é capaz dele me mandar uma caixa de chocolates com uma bomba. E não é das recheadas….
Esta edição do 5-Hit Combo traz cinco (de muitos) momentos inusitados, ou mesmo engraçados, que o bom e velho Ali vivenciou ao trocar ideias com essa galera:
1) Yu Suzuki, trans-humanizando os arcades: “Fiz minha última entrevista com ele para um veículo fora da Ásia (após o meu ele fez mais dois, um para um jornal financeiro japonês e outro para um site coreano). Durante a entrevista, conversamos sobre interfaces não convencionais para jogos de arcade – na época, ele estava trabalhando em Psy-Phi, um jogo de luta não lançado que usava uma tela sensível ao toque. Então ele começou a falar sobre se plugar na máquina com seu próprio corpo, e enquanto ele explicava isto ele se levanta e começa a fingir que tem uma extensão amarrada ao seu peito, que ele pluga na máquina de fliperama.”
2) Tomonobu Itagaki, game designer, também tem um coração: “Estávamos eu, um cameraman e outro jornalista. Isto foi durante a E3, e eu trouxe um apoio porque como estava com dois compromissos agendados, eu tinha que sair em 20 minutos, porque tinha outra entrevista com a Nintendo. Eu o avisei disto antes da entrevista, e eles levaram na boa. Meu câmera não podia filmar a entrevista, mas deixou sua câmera ligada. Tive que sair, então pedi para tirar umas fotos com ele, e ele foi gentil e cordial quanto a isso, sorriu para as fotos e tudo mais. Depois o meu câmera e o parceiro jornalista nos encontramos mais tarde e eles me deixaram ouvir a gravação da câmera ligada. Assim que eu saí, Itagaki – apesar de ser amigável comigo – começou a falar em um inglês furreca: ‘ele é muito egoísta, quem ele pensa que é? Eu sou cem vezes mais ocupado que ele, e ele me insulta ao ir embora. Muito egoísta, muito egoísta. Nunca mais falarei com ele de novo’“.
3) Shigeru Miyamoto, olha o marcapasso: “Durante a entrevista daquela foto, tivemos duas coisas sobre as quais ele ficou muito alterado e uma delas foi negada pela Nintendo posteriormente: era sobre a saúde dele. Vamos ao que aconteceu antes: há quase uma década, uma notícia sobre a morte de Miyamoto ficou no ar por meia hora no site japonês da [agência de notícias] Bloomberg. A notícia foi tirada rapidamente e a Nintendo disse que ele estava bem, mas depois disso ninguém mais viu o Miyamoto em público por algumas semanas. Parece que Miyamoto teve um ataque cardíaco e a Nintendo escondeu isto, temendo pelo valor de suas ações. Em minha entrevista, ele admitiu que o estresse do lançamento de um novo hardware teve seu preço na época, rendendo estes problemas de coração. Ele parou de fumar em 96, e ele nada por uma hora e meia por dia na piscina da sede da empresa.”
4) Yuji Naka – “se chamarem, diga que eu saí”: “A primeira vez em que o entrevistei no Japão (eu tinha encontrado-o e falado com ele antes algumas vezes), ele não estava ciente da minha presença. A entrevista foi comigo e com minha cúmplice, Heidi Kemps, e foi a primeira vez que ela o entrevistou formalmente. Era para durar 45 minutos e começar às 14h15; no entanto, a RP da empresa avisou que ele ainda não tinha voltado do almoço. À medida que o prazo acabava, a Heidi ficou nervosa porque tínhamos que sair às 15h para outra reunião. Falei para ela relaxar, e a garanti que teríamos todo o tempo que precisávamos com Naka. Não deu outra: ele chegou às 14h45, nos reconheceu e conversamos até as 16h. Ele tem fama de difícil para entrevistar, mas não é verdade. Ele só não gosta de responder as mesmas perguntas bestas de sempre – quantas fases seu jogo novo terá, essas coisas que tem em release de imprensa – e em casos ele pede pra assistente avisar que está atrasado, e que tem compromissos um atrás do outro”.
5) Toshihiro Nagoshi revela quem manda no escritório: “Eu o entrevistei entre meus encontros com Yu Suzuki e [Hiroshi] Kataoka, presidente da AM2. Ele tem uma memória muito boa e pareceu saber perfeitamente o que aconteceu na companhia desde que nos falamos da última vez, e conversamos sobre nossas entrevistas anteriores. Falamos um pouco sobre o quanto ele adora whisky, e no geral a entrevista fluiu muito bem. O que houve de engraçado aconteceu antes da entrevista, porque ele estava genuinamente atrasado para a entrevista (diferente do Naka, que finge) por cause de uma reunião de negócios. A secretária avisou que ele chegaria em breve e que poderíamos esperá-lo em seu escritório. Havia garrafas vazias de whisky caro pelo escritório todo, livros, prêmios que ele ganhou, produtos de Monkey Ball, uma autêntica máquina de dardos de pub e em sua cadeira de executivo estava um enorme ursinho Puff [Pooh]. Pediram para que não tirássemos fotos disso, e assim que ele chegou, escondeu rapidamente sob sua mesa e explicou que quando não está no escritório, o ursinho Puff é o chefe. Ele certamente adora seus bichos de pelúcia da Disney.“
Passando o controle: Vez por outra, profissionais da indústria dos games soltam verdadeiras pérolas e cacos que serão lembrados por muito tempo… Quais os seus favoritos? Relembre-os nos comentários!
5-Hit Combo: Alex Neuse
(antes de mais nada, um aviso sobre a 5-Hit Combo: contradizendo o plano original de ser uma coluna semanal, orgulho-me de dizer… “a periodicidade que se dane”. Dito isto, vamos nessa!) 🙂
Quando comprei a coletânea Midway Arcade Treasures para o GameCube, parte da graça do pacote estava nos extras com depoimentos e curiosidades sobre cada um dos 24 jogos. Sobre o clássico Robotron 2084, uma frase me chamou a atenção: “se fosse possível alcançar o zen Nirvana pela coordenação de mãos e olhos, este jogo seria a ferramenta definitiva de iluminação”. É uma frase para lá de floreada, mas que reflete bem como certos jogos acabam provocando um certo “transe” na hora de jogar…
Uma série recente que costuma provocar este efeito em mim é Bit.Trip, da Gaijin Games para o WiiWare…a combinação da jogabilidade desafiadora e a trilha sonora chiptune ajudam bastante! Por conta disso, o convidado desta edição da 5-Hit Combo é o fundador deste estúdio baseado na Califórnia, Alex Neuse, que aceitou o desafio e selecionou cinco jogos que ele considera terem estas mesmíssimas propriedades sobre o jogador. Aqui segue a lista do Alex… sem ordem específica, com meus comentários sobre os escolhidos:
1) Every Extend Extra Extreme: esta segunda releitura do clássico freeware (também passou pelo PSP) representa este aspecto muito bem. Afinal de contas, o pulo do gato do game está no controle de sua nave que precisa ser detonada para explodir as demais em uma reação em cadeia… junte isso à música eletrônica – até mesmo as batidas do tema da vez influenciam nisto – e pronto… prepare-se para perder muito, muito tempo tentando manter seus combos intermináveis e não zerar o tempo. E nesta versão ainda dá para colocar suas próprias músicas, proporcionando seu transe personalizado… seja com Underworld, Aphex Twin ou Beto Barbosa.
2) Rez: além de ser figurinha fácil na lista dos favoritos de tantos entre tantos game designers, a produção da Q Entertainment para o Dreamcast e PlayStation 2 (algumas edições para o console da Sony incluíam um infame acessório USB chamado Trance Vibrator, que foi usado para outros fins em certo momento) e depois uma edição HD na Xbox Live Arcade (que reprisava tal funcionalidade no segundo controle, a gosto do jogador) praticamente foi quem deu o pontapé inicial para os jogos que envolvem o uso interligado entre música, som e jogabilidade – a sinestesia que tanto foi alardeada por Tetsuya Mizuguchi, que por sua vez dedicou o jogo ao artista russo Wassily Kandinsky.
3) Contra: Shattered Soldier: não tive a oportunidade de jogá-lo no PS2, mas pelo que andei vendo por aí, se trata do primeiro jogo em 3D da série a se sair bem aos olhos de crítica e jogadores. Mas se o histórico de Contra serve de referência, não duvido mesmo: levando em conta que o primeiro jogo da série para o Nintendinho tem uma enorme parcela de culpa em fazer com que os jogadores memorizassem o clássico macete da Konami – trinta vidas, ah garoto! – e ainda assim era um jogo desafiador pacas, não há surpresas aqui. Contra é para aqueles de coração forte, e assim continua sendo até hoje.
4) Gitaroo Man: além de ter feito um dos meus jogos favoritos para o DS (Osu! Tatakae! Ouendan e sua releitura ocidental, Elite Beat Agents), a iNiS teve este título que não era dos mais populares em sua época de lançamento no PS2, mas que ficou em maior evidência ao pintar em uma edição nova para o PSP chamada Gitaroo Man Lives!. É uma ironiazinha besta do destino, se considerarmos que em todos os jogos da iNiS há o lance de “torcer pelo pequenininho”, simpatizar com aquele que está na roubada e vê-lo dar a volta por cima… enfim, este jogo de ritmo era interessante por misturar o uso dos botões e da alavanca analógica do controle, fazendo o herói U-1 tocar a guitarra mágica que dá nome ao jogo, enfrentar os inimigos e conquistar o coração da gatinha Pico.
5) Fast Food: direto do túnel do tempo, um representante da era Atari 2600. Este jogo de 1982 tinha uma regra de ouro: “fique mais gordo”! Isso mesmo: o objetivo era se entupir com o máximo possível de lanches de altas calorias – milkshakes, batatas fritas, sorvetes, cheeseburgers… mas evitando a todo custo os picles (o verde, beleza; o roxo é que não pode). De certa forma, este é o tipo de jogo que poderia ser alvo de crítica hoje em dia, com toda esta onda de preocupação com a obesidade e tudo mais… felizmente, ainda é possível lançar jogos com essa pequena dose de “politicamente incorreto”, como Fat Princess… e olha que teve gente reclamando!
Passando o controle: Por aqui, Tetris e Guitar Hero são dois de muitos jogos que me deixam naquele transe. E você, fica hipnotizado jogando quais videogames? Comente!
5-Hit Combo: Mark Baldwin (Team 17)
Nesta semana, Mark Baldwin – produtor da Team 17 – é o convidado do 5-Hit Combo. E sim, ele também deu seu pitaco sobre jogos clássicos e esquecidos que mereciam um remake. Baldwin ressalta: “estes não são meus jogos favoritos, mas aqueles que eu gostaria de ver recriados”. Tranquilo, Baldwin. Vamos ver qual foi sua seleção:
1. Flashback (Megadrive): “Um jogo de visual ótimo para sua época, unindo jogabilidade ótima com animação fantástica e telas de fundo totalmente desenhadas à mão. Houve um tipo de sequência chamada Fade to Black com o mesmo personagem, mas com jogos como Shadow Complex por aí, este está maduro para um remake.”
2. One Man and His Droid (C64): “Na época quando a Mastertronic tinha uma linha de jogos a £1.99, este me manteve ocupado por muito tempo com a mecânica de jogo simples e elementos de puzzles (sou um pouco pato por quebra-cabeças). Baseado no programa de televisão tipicamente inglês One Man And His Dog, este era incrivelmente surreal e eu adoraria ver uma nova versão dele.”
3. International Karate + (Amiga): “Originalmente feito para o Amstrad 8-bits, C64 e Spectrum. A versão para o Amiga parecia incrível e jogava como um sonho. No game, três caras lutavam entre si em uma praia, tentando ser o primeiro a marcar seis pontos. A cada dois rounds, havia um jogo bônus que envolvia rebates bolas quicantes ou chutar bombas para longe. Muito divertido.”
4. Gods (Amiga): “Como maioria dos jogos dos Bitmap Brothers, Gods tinha visual e música ótimos mas também era um jogo de plataforma bem esperto se não me falha a memória, com uma inteligência artificial impressionante que parecia se adaptar à maneira que você jogava. Este também tinha bastante profundidade para um jogo de plataforma, incluindo a capacidade do jogador modificar as armas que pegava.”
5. Space Hulk (Amiga, “mas joguei-o no PC”): “Este é um daqueles jogos que realmente me assustaram quando eu jogava. Você poderia passar muito tempo planejando suas manobras só para vê-las dando horrivelmente errado. Até hoje eu me lembro da atmosfera, as instruções para cada missão e os efeitos sonoros assustadores. “Purge the enemy” [“Elimine o inimigo”] 🙂
Passando o controle: Ainda tem muito jogo bom das antigas que continua no esquecimento. Faça sua voz ser ouvida e comente quais clássicos você gostaria de rever!
5-Hit Combo: Arnaldo Branco
Arnaldo Branco é, sem dúvida, um sujeito multitalentoso. Perigando soar como a Marília Gabri Herpes do Pânico na TV, apresento-o a você como desenhista, chargista, quadrinista, cronista, roteirista, colunista e flamenguista. O criador do Capitão Presença, herói supremo dos canabistas, também curte videogames – nem mesmo o fato dele estar preso há seis meses no inverno russo de Medal of Honor: European Assault o faz desanimar, não mesmo! 🙂
Marcando presença (sem trocadilho) como o primeiro convidado do 5-Hit Combo a não estar diretamente ligado à indústria dos games, Arnaldo Branco compilou uma lista de cinco histórias em quadrinhos que ainda não têm versões para videogame, mas que bem que mereciam. Vamos a elas!
1) Deathlok: “É um ciborgue, um personagem lado B da Marvel, criado nos anos 70. Parece que só saiu uma história no Brasil, nos anos 80, na revista Heróis da TV, mas tenho a impressão de ter lido mais, porque achei o personagem muito bem desenvolvido, com sua luta para não perder a humanidade – embora seja um dos poucos a fazer isso na história, já que vive em um futuro pós-guerra nuclear com canibais dando rolé. Achava bacana porque ele discutia direto com o computador instalado em sua cabeça, e como o Robocop (criado depois, sempre achei que rolou uma inspiração aí) não podia cometer suicídio porque não estava programado para isso. Se não me engano, ele era negro, provavelmente criado na onda da blaxploitation que a Marvel surfou na década de setenta, com personagens como Pantera Negra e Luke Cage. Daria um puta jogo em primeira pessoa (imagino o jogador tendo que combater inimigos e sua própria mente).”
2) Krazy Kat: “Se não foi a primeira (criada em 1913), foi a mais poética tira sobre a eterna luta entre gato e rato – porque o gato era apaixonado pelo rato, que retribuia atirando tijolos na sua cabeça. Perseguindo os dois, um guardinha tipo Keystone Kapers, que odiava o rato por ciúmes de Krazy Kat, sua paixão. Tudo isso na paisagem lunar de um lugar mutante chamado Coconino County (parece que era inspirado na cidade homônima onde George Harriman, o criador da tira, tinha uma casa). Só a descrição me lembra jogos como Mario, mas a coisa é toda ainda mais psicodélica.”
3) Squeak The Mouse: “Também um quadrinho de gato e rato, mas aqui eles se odeiam mesmo, chegando a matar um ao outro – inutilmente, porque a saga deles segue com o gato zumbi voltando para tirar a forra. Como muitos aqui no Brasil, conheci esse personagem do Massimo Mattioli através da revista Animal, excelente deformador de mentes que circulou no final dos anos oitenta / início dos noventa. Seria sensacional um game que misturasse todos os elementos dessa saga – cada capítulo de violência entre o gato e rato era baseado em um tipo diferente de terror, e há citações a Massacre da Serra Elétrica, A Noite dos Mortos-vivos e a filmes pornô hardcore.”
4) Ranxerox: “Estrela absoluta da revista Heavy Metal, Ranxerox foi a coisa mais chocante que já vi em quadrinhos – talvez tenha sido superado por outras HQs mais recentes (não me ocorre nada agora), mas escaldado pela mistura de pedofilia, ultraviolência e uso de heroína das histórias do robô filho da puta criado por Tanino Liberatore, nunca mais me impressionei com mais nada. Em uma Roma do futuro dividida em setores, todos eles arrasados, circula essa máquina assassina que é puro instinto e vício em eletricidade. Parece que fizeram uma versão para game, mas deve ser ruim – porque se usasse 5% da trama original teria sido proibida para qualquer idade.” [N.E.: Foi isso mesmo – “RanXerox: The Game” saiu em 1990, e até que mantinha parte de seu teor politicamente incorreto… mas não tanto!]
5) Badger, o Texugo: “Escolhi ele pelas possibilidades: é um super-herói completamente maluco. Tem sete personalidades, inclusive a de uma garotinha indefesa (imagine o que aconteceria em um jogo se ela baixar no meio de uma porradaria), sofreu abuso na infância e fala com animais. Como disse: MUITAS possibilidades.”
Passando o controle: É isso aí… está claro que que os videogames não precisam ficar relegados apenas aos heróis da Marvel e DC, não é? Quais personagens das histórias em quadrinhos você gostaria de ver como videogame?
5-Hit Combo: Mark Dimond (Team 17)
O 5-Hit Combo desta semana conta com a participação de Mark Dimond, game designer da Team 17. Assim como seu colega de trabalho John Dennis, Dimond comentou a fundo cinco clássicos de outrora que mereciam um remake. Dimond ofereceu uma listinha estrelada por armaduras de combate futuristas, bebês pra lá de aloprados, o aprendizado do voo (com uma comparação bem curiosa sobre os jogos da Nintendo, inclusive), um quebra-cabeças de plataforma isométrico e um clássico de estratégia da era 16-bit.
Com vocês, a lista de Dimond!
1) Cybernator (SNES): “Este dava ao jogador uma imensa sensação de poder, pisoteando por aí em uma grande e suja armadura de combate e os gráficos eram lindos para a época. Quando você preenchia por completo o poder, do laser do seu mech ocupava metade da largura da tela… agora isso é que é arma! Grandes chefes, e uma fase onde você lutava enquanto reentrava na atmosfera. Porém, o melhor de tudo era poder esmagar as pessoas com seu pé de metal gigante! (Aparentemente, houve um remake no PS2… mas eu era pobretão, nem me lembro)”.
2) Jack the Nipper (ZX Spectrum): “Este jogo me viciou. Plataforma, música ótima (para o Speccy) e vários puzzles. Eu queria ser Jack the Nipper, talvez fosse pelo lance de vestir fraldas.” [N.E.: Nem brinca. Eu me amarrava nos dois para o MSX, o segundo era divertido demais.]
3) Pilotwings (SNES): “Este jogo deu início à ideia de ‘ilha de atividades esportivas’ que Wii Sports Resort continua hoje. Mas Pilotwings fez isto bem melhor sem todo o balanço do Wii Remote. Então onde está a sequência decente (ignorando aquela meia-boca do N64)? Só de pensar nele me dá vontade de desembalar o para jogar os desafios do Rocket-Pack, e ficar vagando naqueles aneis em Mode 7.”
4) Head Over Heels (ZX Spectrum): “Perdi tantas horas da minha infância com este jogo. Os quebra-cabeças eram demoníacos. Head flutuava depois de um pulo e podia disparar rosquinhas mortíferas, e Heels era um cara rapidinho com um pulo ainda mais alto. O que o tornava brilhante era a maneira como você tinha que usar os atributos únicos a cada carinha para passar de sala a sala, se unindo e separando de novo à medida que os puzzles pediam. Acho que lembro de um dos inimigos parecer o Príncipe Charles?!? Banjo-Kazooie pode ter surrupiado a ideia mais adiante, mas Head Over Heels tinha mais personalidade.”
5) Herzog Zwei (Mega Drive): “Um ETR [estratégia em tempo real] onde o ‘cursor’ na verdade é uma nave de transporte que pode se transformar em um robô e se meter no campo de batalha com seus soldados! Não era bem profundo pelos padrões de hoje, lembro que a inteligência artificial deixava um pouco mais do que a desejar mas isto era metade da diversão, armando uma investida ao construir um exército enorme de tanques e soldados e soltando todos em suas bases e vê-lo se agitando para tentar manter a situação sob controle. E é o dobro da diversão pois você podia jogar o arco da história de duas formas, dependendo de qual lado você escolheu no começo.”
Passando o controle: Vamos lá, fique à vontade para revelar nos comentários que clássicos você gostaria de ver refeitos para os sistemas atuais. 🙂
5-Hit Combo: John Dennis e os clássicos que mereciam voltar
O Carnaval acabou, e chavões à parte, agora o ano começa de verdade. Chega de calor, folia, boa companhia, e voltemos ao trabalho! E para começar direito, é hora de lançar uma nova série de posts: 5-Hit Combo! Sim, é inspirado no artigo anterior a este, onde eu e convidados especiais relatamos listas com (adivinhem?) cinco respostas sobre o assunto da vez.
O primeiro 5-Hit Combo com este nome – vá lá, viva a continuidade retroativa – tem como convidado John Dennis, gerente de design da Team 17 que tive a oportunidade de entrevistar recentemente. Aproveitando que a produtora de “Worms” tem cerca de 20 anos de existência e um bocado de história vista para contar, o tema da vez é “que jogos clássicos e ainda sem remakes mereciam uma nova versão?”.
Dennis afirmou que não teve um Amiga na época, e sim um Commodore 64 e um ZX Spectrum, para aí sim pular para o Mega Drive (que coisa… comigo foi parecido, pulei a era dos consoles 8-bit – joguei muito na casa dos amigos – por ter o MSX e só voltei no Super Nintendo!). Vamos aos clássicos sugeridos por Dennis!
1. Summer Games / Winter Games (C64): “Ótimos jogos multiplayer, e cada evento tinha sua própria mecânica de jogo bem balanceada. Bem, exceto a patinação, que parecia durar uma eternidade. Todos detestavam quando chegava sua vez nessa.”
2. Paradroid (C64): “Conceito brilhante. Eu não sei porque nunca teve um remake [N.E.: O mais próximo disto foi Paradroid ’90, lançado cinco anos depois no Amiga e Atari ST]. Minha única decepção foi completar a primeira nave e descobrir que a segunda era idêntica.”
3. Uridium (C64): “Jogo de tiro espacial lindamente equilibrado, com visuais estonteantes para a época, e uma trilha e efeitos sonoros que realmente te deixavam tenso.”
4. Pitstop 2 (C64): “Simplesmente hilário no multiplayer. Com os pneus que mudavam de cor antes de explodirem, este deixava táticas de colisão estilo Schumacher muito eficientes!”
5. Knightlore / Alien 8 (ZX): “Os jogos da Ultimate eram incríveis, e pareciam bem à frente de seu tempo. No entanto, nunca consegui terminar nenhum deles…”
Passando o controle: Você tem algum favorito das antigas que merecia um remake, mas que ainda não o teve? Liste nos comentários quais são!
Destak recomenda Jigu, que indica jogos com trens
A edição carioca do jornal Destak apresentou a indicação para o meu blog. Portanto, se você chegou aqui por conta desta dica, boas vindas e sinta-se em casa! E já que esta publicação é um clássico das viagens de metrô, que tal um “top 5” do mundo dos games envolvendo a presença de trens e afins?
5) “No More Heroes” (Wii): Vá lá, este não é o primeiro jogo de pancadaria a contar com uma sequência em um metrô (deve ser tudo culpa de “Selvagens da Noite”, clássico das madrugadas na televisão, que por sua vez também teve dois jogos), mas quando o assassino profissional / otaku Travis Touchdown pega missões extras no trem, elas são bem surreais… câmeras invertidas, luzes apagadas, várias doideiras para deixar o jogador com os nervos à flor da pele.
4) “Paper Mario: The Thousand-Year Door” (GameCube): Este RPG do bigodudo mais famoso da Nintendo conta com uma grande sequência ambientada inteiramente em um trem, e ela é apresentada de uma maneira que tira o chapéu para clássicos da literatura de detetive – com direito a um investigador atrapalhado no meio do caminho.
3) “SimCity 2000” (PC): É curioso pensar no segundo jogo da série de simulação de cidade de Will Wright. Este foi a primeira edição a ter metrôs; apesar da manutenção mais alta, as linhas subterrâbneas são muito eficientes. E eu uso o tempo todo o argumento “o mundo real não é como SimCity 2000” muitas das vezes em que ouço pessoas reclamando da integração Metrô na Superfície (para quem mora fora do Rio, linhas de ônibus dedicadas que dão continuidade ao trajeto).
2) “Final Fantasy VII” (PS1, PC): Vários jogos da famosa série de RPGs da Square Enix mostram trens (inclusive como inimigos de fase, como o trem fantasmagórico de “FFVI”), mas este clássico de 1997 tem algumas sequências isoladas com isto, como o Train Graveyard – um lugar repleto de vagões abandonados. E a sequência inicial do game, em um então glorioso vídeo pré-renderizado, mostra um take aéreo da cidade de Midgar e o trem no qual Cloud Strife e seus companheiros do grupo AVALANCHE chegam para sua primeira missão.
1) “Half-Life” / “Half-Life 2” (Multi): As duas aventuras do físico Gordon Freeman começam em viagens de trem, ambas bem reveladoras. No primeiro jogo, chegar à base de Black Mesa para o que seria um dia normal de trabalho dá um clima de imersão bem bacana… e a produtora Valve repetiu a dose no segundo jogo, mas desta vez a caminho de City 17, um dos poucos refúgios da humanidade oprimida pela ameaça alienígena do Combine.
Passando o controle: Claro, estes são apenas alguns exemplos entre os trocentos outros games com passagens memoráveis em trens, metrôs e afins. Quais as suas favoritas?
Canções que nunca ouviremos em games musicais
Tenho boas lembranças de quando a GameWorks ainda existia aqui no Rio de Janeiro. Uma das máquinas que garantia muito dinheiro meu indo embora naqueles cartõezinhos magnéticos foi Guitar Freaks, da Konami. Este era mais um jogo da família Bemani (por sua vez, forma abreviada de “Beatmania”, outro jogo musical), e tinha dois controle forma de guitarra, alguns botões para a palhetada, e empinar o braço da mesma para ativar um bônus. O tempo passou, saíram Guitar Hero, Rock Band e tantos outros com músicas de artistas licenciados de várias eras.
Outra memória vem da época do colégio, de antes dos filmes de super-herói terem entrado de vez em voga. As intermináveis discussões sobre que ator ou atriz interpretaria qual personagem era quase garantido na hora do recreio e afins, né? Até aí, tudo bem.
Voltemos aos jogos. Antes do advento do DLC (conteúdo extra por download), os fãs destes jogos clamavam por determinadas bandas para a próxima edição, restando esperar para ver se suas preces foram atendidas. Com o tempo, ficou fácil comprar músicas extras, assim como medir o interesse dos fãs ao oferecer maneiras deles enviarem às produtoras aquelas canções que gostariam muito de ter em seu jogo via websites, redes sociais e por aí vai.
E invertendo a ordem das coisas, decidi fazer um top 5 das canções que provavelmente nunca ouviremos nestes jogos. Qual o critério? Sei lá, mas ouçam e vocês certamente entenderão a razão pela escolha destes:
5) “Sheets of Easter”, Oneida: No álbum duplo “Each One Teach One”, de 2002, este grupo nova-iorquino começa com esta faixa que tem um gosto pela repetição quase hipnótica, com mudanças mínimas de acordes e bridges. Infelizmente, não há uma versão na íntegra para streaming, então achei uma versão ao vivo (!). Se você achou este vídeo grande, saiba que a versão do álbum tem mais de 14 minutos.
4) “Tatuada”, Gurcius Gewdner & Orquestra Zé Felipe: Gurcius, integrante da banda Os Legais e cineasta trash, uniu forças com Zé Felipe, ex-baixista do Zumbi do Mato. O que pode sair de uma parceria destas é isto aí:
3) “Brothersport”, Animal Collective: estes queridinhos de alguns periódicos de música independente – mas longe demais de serem unanimidade, já que tem gente que definitivamente não vai com a cara das sandices sonoras deles – tiveram o disco “Merriweather Post Pavillion” como um dos grandes discos do ano passado. Acho que os mapeadores de notas destes estúdios pediriam demissão se recebessem uma ordem para transformar isto em DLC:
2) “The Most Unwanted Song”, Dave Soldier e Komar & Melamid: Depois de realizar uma enquete com seus leitores, o compositor Dave Soldier e os artistas Komar & Melamid reuniram os aspectos mais odiados em música segundo os e transformaram em uma enorme canção. Ouça a parte 1 e saiba que tem pelo menos mais duas no YouTube. Ironicamente, acho esta melhor do que a outra que eles lançaram reunindo os aspectos mais amados. 😛 Vale dar uma olhadinha no site para ver o processo seletivo e os aspectos que mais agradaram (ou desagradaram) os eleitores.
1) “4’33””, John Cage: O que um artista de vanguarda com tanto nome a zelar está fazendo encabeçando esta lista de canções que jamais serão adaptadas para jogos musicais? É só ouvir: quatro minutos e trinta e três, como o nome sugere – ouça na íntegra e tire suas próprias conclusões:
Aí eu passo a bola para vocês: que bandas ou músicas vocês consideram inadaptáveis aos games como “Guitar Hero” e “Rock Band”?