Acho que não é novidade para nenhum leitor sério deste blog o meu apreço por jogos independentes. Claro, estou amarradaço jogando os títulos do “esquemão” – se as caixas vazias na mesa servem de referência, as bolas da vez são Nier, L.A. Noire, Epic Mickey e The Legend of Zelda: Ocarina of Time 3D… sem contar o Deus Ex: Human Revolution no PC – mas é claro que curto as produções indies.
Outro dia estava lembrando do quanto me diverti na GDC 2011 jogando Nidhogg – um jogo de esgrima, pancadaria e plataforma para dois jogadores em modo versus… e que agora há pouco soube que teve participação do Andy Serkis – e como eu queria jogá-lo de novo… mas ainda não foi lançado para o grande público. Exceto, é claro, aqueles que tiverem acesso ao Winnitron.
“E o que diabos é o Winnitron?”, você pergunta. Veja o vídeo abaixo e continue lendo:
O mercado dos arcades não é mais o mesmo. Surpresa zero por aqui: partindo do princípio de que os jogos produzidos para consoles caseiros ultrapassaram a qualidade dos fliperamas há tempos – basta lembrar de SoulCalibur no Dreamcast; isso tem pelo menos 11 anos – este mercado passou a perder o brilho, mesmo que houvesse o ocasional jogo bacana para juntar a galera em volta. Virou mais coisa de colecionador com grana e/ou disposição.
Isto é, se o entusiasta do exemplo quiser correr atrás de uma placa com Double Dragon, Turtles In Time ou Street Fighter II da vida, ele vai saber como procurar e comprar. Veja que estou falando de marcas estabelecidas lançadas por grandes distribuidoras. Como poderíamos ver jogos independentes para jogar em arcades de verdade, relembrando a época de largar fichas ou passar cartões magnéticos recarregáveis no fliperama?
A ideia do Winnitron, esta rede mundial de jogos independentes para arcade, é bem por aí. Criado pelo Bit Collective – coletivo de game designers independentes no Canadá composto por Alec Holowka, Marlon Wiebe, Noel Berry, Kert Gartner e Tom Rab – este “fliperama indie” serve como incentivo para que outros criadores de jogos criem seus títulos e tenham sua obra vista.
Os interessados na adesão ao negócio se comprometem a montar uma máquina de arcade seguindo alguns padrões (configuração mínima de PC, disposição dos dois controles, formato da tela, acesso internet) e seguindo algumas regras áureas (deixar a máquina em um lugar de acesso público – por mais vontade que eu tenha de ter em casa, eu nem poderia – e não cobrar pelas partidas).
Depois disto feito, seu novíssimo Winnitron 1000 estará prontinho para entrar em ação! O acervo de jogos é constantemente atualizado e ainda há uma tabela de recordes para jogadores do mundo inteiro competirem.
O catálogo atual de jogos (21) tem alguns velhos conhecidos da cena indie, mas em versões exclusivas à rede Winnitron. Por exemplo: há uma versão de Canabalt para dois jogadores; Super Crate Box Versus, de título autoexplicativo; e o jogo de plataforma N também. E a lista só tende a crecer à medida que mais game designers entrem na pilha de participar do negócio.
Atualmente, quatro unidades do Winnitron 1000 estão em atividade no mundo – nas cidades de Winnipeg (Canadá), Utrecht (Holanda), Christchurch (Nova Zelândia) e Nova York (Estados Unidos). Reza a lenda – no caso, uma misteriosa menção no blog oficial – que uma está em andamento no Brasil. Eu pergunto: onde será?
Pensando bem, vamos aumentar o desafio: quem é que vai montar uma destas aqui no Rio de Janeiro para que eu ache um oponente de valor no Nidhogg …?
Para mais informações de como a máquina deve ser construída – é um PC ligado à internet, sem grande mistério – visite este tópico no fórum oficial.