Post-Review: inFamous (PS3)

"Todas as paredes desta cidade serão minhas"

Acho que nem se eu fosse um pintor ou mestre de obras eu teria visto paredes por tanto tempo como quando joguei inFamous, só de ficar pulando de janela em janela para chegar ao topo dos prédios. Ok, péssima maneira de começar um texto, quem lê vai achar que eu odiei a aventura superpoderosa da Sucker Punch. Na real, eu curti bastante – mesmo que eu tenha demorado tanto para zerar. Para começo de conversa, só comprei quando saiu na linha Greatest Hits… e não é como se outros jogos interessantes também não tivessem aparecido neste meio-tempo, naturalmente.

Quando inFamous foi lançado, lembro que foi um daqueles casos de jogos parecidos demais anunciados com proximidade. No fim das contas, deixei Prototype pra lá por duas razões: a primeira foi a exclusividade a um console, o que costuma fazer com que o jogo não fique capenga em uma das versões; a outra foi o esqueminha de karma e poder agir como herói ou vilão. Como eu estava me sentindo particularmente bem-humorado ao começar a jogar, fui de herói mesmo. Papo de recuperar bolsa de ladrão, reanimar quase todos os desmaiados nas ruas e sempre algemar a bandidagem.

Lá pro fim da aventura, meu Cole McGrath era praticamente uma UPP ambulante, um sujeito mais carismático do que algum padre cantor saltitante. Fiz questão de deixar todas as vizinhanças de Empire City livres do crime ao cumprir todas as missões paralelas, reestabelecendo as instalações elétricas e deixando tudo na mais perfeita ordem – ou o possível após a explosão monstruosa que acontece logo no comecinho da aventura. Isso porque eu admito ter esquecido de comprar certas habilidades na reta final da aventura – de repente o jogo poderia comunicar isso melhor, né? “Parabéns, agora dá para você comprar poder XYZ”.

Isso sem contar os bugs hilários, como na locomoção em certas áreas mais acidentadas da cidade – e uma que praticamente pôs uma missão inteira a perder: enfrentando um Conduit gigantesco feito de ferro-velho e vontade de me matar, disparei várias vezes o ataque mais poderoso que eu tinha. O bicho desapareceu, e eu pensei: “tem algo errado aí”. O bicho desapareceu do cenário e reapareceu no meio do oceano. Do outro lado da ilha. Considerando que Cole não pode nadar (poderes elétricos, lembra?) e que o bicho estava distante o suficiente para meus disparos sequer fazerem cócegas nele, só abandonando e reiniciando a missão mesmo. Mas isso não estragou a experiência como um todo, senão eu não teria me dedicado tanto a terminá-lo!

Agora… não escondo minha pequena decepção ao ver que este é mais um daqueles jogos que guardam uma surpresa incrível para uma possível sequência e acabam repentinamente. Só nesta geração, aconteceu comigo em Too Human e Bulletstorm. Fica aquela dúvida na cabeça: “e se não fizer sucesso, ficamos sem saber o que acontece depois?”. Felizmente, este aqui teve sua sequência lançada neste ano – e é claro que eu preferi manter distância total do negócio. Enquanto não tenho o segundo jogo, vou tirando o atraso de outros – e quem sabe até mesmo dar uma chance a Festival of Blood