Don’t Look Back: O que a gente não faz por amor?

[post originalmente publicado no Kenner Blog]

Don't Look Back

A mitologia grega é um tema bastante de utilizado nos videogames (não só neles, mas beleza). Dá pra perder a conta de quantos jogos já se inspiraram, direta ou indiretamente, neste rico universo. Indo da pureza de um Kid Icarus à truculência da série God of War, do clima tenso de Rise of the Argonauts à aventura escaldante de NyxQuest, qualquer pessoa que curta um bocado do grupo dos elaborados heróis do Olimpo tinha boas escolhas na hora de jogar.

Outro dia, um amigo meu me repassou um link para Don’t Look Back, joguinho de autoria de Terry Cavanaugh que me pegou de surpresa: com um visual pra lá de simples – bonequinhos quadradões e pixelados, tiros que não passavam de tracinhos, e econômico que só nas cores – o que este jogo tem de minimalista, tem de desafiador. Mesmo sendo uma experiência curta, dá pra entender direitinho o que acontece (mesmo com os gráficos simplórios), e a dica para quem passar do meio do jogo está em seu nome: “não olhe para trás”

Para quem jogou inteiro e / ou não conhece a história de origem – ou não se importa se eu estragar o final dela – veja o texto logo abaixo da imagem… [N.E.: isto é, daqui pra frente pode ser spoiler]

Pois é, o lance de “não olhar para trás” vem do mito grego de Orfeu, que desce ao submundo para resgatar sua amada Eurídice. Ao conseguir encontrá-la, ele aceita a proposta de levá-la de volta ao mundo dos vivos… mas Hades e Perséfone o deram uma condição: que ele caminhasse à frente dela e não se virasse para trás para observá-la, senão ela desapareceria de uma vez por todas.

A maneira como este mito se desenrola está aberto à discussão, mas a ideia básica era essa… até onde o herói iria para reaver sua amada.

por Pedro Giglio
– perdeu a conta de quantas vezes viu a pobre Eurídice desaparecer