E3 2008: Conferências marcadas pela burocracia

[Post originalmente publicado no Working Class Anti-Hero]

Atualizar o blog direito esta semana é uma tarefa hercúlea: afinal de contas, eu trabalho em um site sobre jogos para computador e videogame e a esperada E3 Media & Business Summit está rolando em Los Angeles. Como foi impossível resolver determinadas pendências e não deu para eu ir à Costa Oeste americana conferir esta farra dos jogos, fico na cobertura daqui do Rio de Janeiro mesmo — inclusive com nosso hotsite reunindo todas as notícias e games do evento — sempre no aguardo dos relatos de nossa correspondente e nos kits de imprensa das companhias.

Isto significa que tempo livre é meio que um luxo nesta semana. Mesmo assim, tenho certeza de que mais gamers como eu andavam em cócegas para ver o que as fabricantes de consoles guardavam na manga em suas conferências… e a bem da verdade. nenhuma das três foi grande coisa; as novidades bacanas foram ofuscada por um quê burocrático.

  • Microsoft: a apresentação deste ano me causou uma impressão muito estranha, pois parece que a fabricante do Xbox 360 resolveu chupinhar na marra vários elementos de várias empresas: os avatares criados pela Rare (Mii, PS Home), nova dashboard (parece o filho bastardo da Cross Media Bar do PS3/PSP e a interface de álbuns do iTunes… pelo menos é mais intuitiva que a atual), o karaokê Lips (Singstar é popular nos sistemas da Sony), os jogos para a câmera Live Vision (novamente, o EyeToy da Sony), mais ênfase ao jogo de questionário Scene It (Buzz, Smarty Pants — para vocês verem, este último já tinha este clima de “emprestado na marra”)… pelo menos no fim, uma boa surpresa: Final Fantasy XIII anunciado para o 360. Boa pedida, hein?
  • Nintendo: os jogos casuais foram o foco da parada — afinal, “it prints money” é a frase de efeito para zoar as vendas do DS e Wii — e a falta de anúncios específicos de qualquer franquia estabelecida (como Mario e Zelda, ou mesmo os que andavam nos boatos como Kid Icarus e Punch-Out) ofuscaram as boas sacadas, como o microfone de chat Wii Speak — a ser lançado na mesma época que Animal Crossing: City Folk, para que todos na sala possam conversar com outros grupos via Internet — e o MotionPlus… este último me parece incrível, mas é o tipo de coisa que só dá para sacar direito experimentando na mão — e isso, meu amigo, só em 2009. Resta ver o que mais eles têm na manga, já que a conferência pareceu apostar no porto seguro dos compradores casuais que estão se lixando para quem é Samus Aran, Little Mac ou Pit.
  • Sony: nada de extremamente novo na conferência, mas o que foi mostrado foi bem legal. A apresentação de Resistance 2 me causou uma impressão muito melhor do que a do primeiro game; já o teaser de God of War III não me disse absolutamente nada, pois já se sabe da produção do jogo desde o lançamento do segundo, e era só um teaser em computação gráfica; o MAG, jogo de combate online para 256 jogadores, parece bacana pela sua ambição de promover evolução de personagem, hierarquias, etc… mas no geral, faltou o “wow factor”.

Aliás, isto resume bem a situação: em nenhuma das três apresentações houve um momento “uau, megaton, o mundo vai acabar, eu quero ver de cadeira especial”. O jeito é acompanhar o evento até o final, pois ainda há um bocado de água por rolar; fica a curiosidade de ver os jogos das third-parties que não foram mostrados nas conferências, mas sim nos estandes e eventos menores das mesmas.